Não sei se é falta de tempo, mas tenho certeza que não é falta de assunto o fato de fazer tantos dias que eu não escrevo nada por aqui. Já me disseram que esse lugar aqui é meu termômetro de estado de espírito. Já falaram que as coisas mais bonitas saíram nos piores dias, bem ao estilo Rubem Alves quando disse que ostra feliz não faz pérola.
Eu tô trabalhando bastante mas nada que me faça pensar que esse bastante seja demais. Não é não, nunca foi. Acho que nada do que eu fiz foi demais, ainda que algumas coisas tenham sido difíceis e hoje me façam pensar se eu faria novamente. Não sei se o nome disso é arrependimento, mas se for, não fico muito feliz a respeito.
Não acho que é uma coisa boa se arrepender, porque eu não sei se serve sempre como aprendizagem. Sei lá o que é aprender com erro. Porque se for não cometer mais, acho que não aprendi nada com meus erros. Posso fazer uma lista generosa das besteiras que se repetiram nos últimos tempos e sei que o saldo delas foi uma atitude da qual eu não me orgulho.
Na defensiva o tempo todo. Esperando o que não chega nunca, porque se for pra ser ideal, posso parar de tentar por aqui. Nessas horas só posso pensar que o tempo tá sendo perdido, que eu percebo muita coisa e que mudar não é nada fácil. Sobre as tristezas que já passei, cheguei a uma conclusão. Elas sedimentam no fundo de alguma coisa que eu não tenho um acesso muito amplo. Formam uma crosta que me deixa menos sensível à dor, mas também menos sensível ao outro. Não acho isso bonito.