a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  terça-feira, 29 de setembro de 2009
Sobre não desistir

Desistir é mais fácil, o gasto de energia é menor. Algo está difícil, você pára tudo e deixa pra lá, procura outra coisa pra fazer, pede pra alguém fazer por você.

Não desistir, por outro lado, demanda muito mais disposição, tempo, vontade de começar tudo novamente, de dar chances, de experimentar, enfim, de tentar.

E quando apesar de todas as tentativas, mesmo assim não dá certo, a tranquilidade que você sente aplaca um pouco a tristeza e nos dá forças para recomeçar. O fato de sempre tentar me ajuda a continuar esperando. A espera pelos dias que às vezes passam rápido, e outras se arrastam, a espera pelas datas em que a gente pode se encontrar e que provocam de saída uma certa tristeza porque "a hora do encontro é também despedida".

Mas agora faltam pouco mais de dois meses desse tempo todo que eu sei que deve ter sido mais difícil pra ele do que pra mim. Eu estou longe dele. Ele está longe de mim, da família, dos amigos, da casa, do país, enfim, e eu sei o que é a solidão em um país estrangeiro. Agora falta pouco, muito pouco. E se tem algo que me faz continuar firme é a doçura dele que se faz presente o tempo todo e que não me deixa esquecer o quanto é bonito o que nós temos.

Quando eu me sinto sozinha, quando a noite me angustia, não é de companhia que eu sinto falta. É da companhia dele. Agora é a melhor hora para não desistir.

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  sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Sobre reedições

Recordar, repetir e elaborar. Para Freud é assim que nós vivemos nossas vidas e eu não poderia concordar mais. Relendo meus antigos textos, me deparei com um que fala muito sobre o que eu venho sentido nos últimos dias. E decidi editá-lo, e colocá-lo aqui.

Nos períodos mais difíceis da minha vida rascunhar frases - mesmo que não sejam lidas por ninguém - me reconforta [...]: pela linguagem supero meu caso particular, comungo com toda a humanidade. É na minha opinião uma das tarefas essenciais da literatura, e que a torna insubstituível: superar essa solidão que nos é comum a todos e que apesar disso, nos torna estranhos uns aos olhos dos outros(Simone de Beauvoir - Uma morte muito suave).

Ela escreveu esse livro depois da morte da mãe. Outro dia eu disse que existem dores miseravelmente pequenas se comparadas a outras.

Mas esqueci de dizer que acho errado subestimar as próprias dores. Na verdade, é errado subestimar as nossas experiências e acreditar que o que acontece conosco não é nada perto do que acontece com os outros. Olhando de fora, a vida alheia é mais interessante, mais cheia de romance, comédia e ação. E é difícil parar pra pensar e procurar essas três coisas na própria vida.

Minha vida se transformou em uma novela que parecia não ter fim. Mas só quem pode terminar com uma novela, enredo, roteiro, é aquela pessoa que está escrevendo, certo? E quem senão nós somos responsáveis pelas coisas que acontecem com a gente? Quem tem o poder de concluir coisas ou de dar a sensação de inacabamento a elas?

Somos nós quem deixamos portas, janelas, frestas abertas para um reinício. Pode até ser que o colorido mude um pouco, mas no fim, salvo raras exceções, quando na vida perde-se a magia do primeiro encontro, do primeiro beijo, do primeiro momento especial, do primeiro "eu te amo" - precipitado ou não - a continuação sempre soa esquisita e só de muito longe lembra a felicidade daqueles dias que passaram e nos quais a gente se apóia cegamente, lembrando como foram bons.

A gente briga contra o tempo e faz um pedacinho da vida ficar parado.

Os dias passam bem rápido. "Precipitam-se tragicamente", citando mais uma vez Simone de Beauvoir, que é hoje a minha autora predileta. E é tão difícil não saber o que vai acontecer...Quando a gente tem alguém ao lado, acreditar que aquela companhia não vai embora reconforta, é doce, é indescritível. Mas pode ser que vá.

É preciso deixar que as coisas aconteçam. E para pessoas ansiosas como eu, esperar pode ser uma tortura ainda maior do que a dor dos tombos sem fim.

Eu disse que estava infeliz, mas não estou, não. É claro que eu tenho meus momentos de melancolia, mas se alguém não tiver, por favor, eu preciso dessa receita. Na maior parte do dia eu faço coisas por mim, mas por mais que eu aprecie muito meus momentos de solidão, eu gosto mesmo é das pessoas por perto.

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  quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Sobre a Camila

A Camila já apareceu por aqui disfarçada. Muitas vezes, quando falo de "uma amiga", é ela! Quase todos os dias quando entro aqui vejo que Cascavel procurou no Google por "o ângulo mais bonito" e sei que é ela botando pressão (juntamente com Buenos Aires): "Tá na hora de postar!" (essa sem vergonha até hoje não salvou o endereço entre os favoritos e sempre pesquisa no Google pra entrar).

Nossa amizade não foi nada repentina, mas construída lentamente durante os primeiros anos da faculdade em que eu a achava mal-humorada e antipática. Uma vez a encontrei num show e ela me fez uma pergunta que me deixou constrangida. Não lembro a pergunta, e talvez tenha sido só uma exclamação que me chocou, porque eu era diferente do que eu sou hoje (desbocada e mal educada).

Comecei a gostar mesmo da Camila quando eu vi que ela tinha uma ironia tão fina quanto a minha e uma intolerância às burrices alheias ainda maior. Ela também não teve as melhores primeiras impressões a meu respeito, mas acho mais divertido desgostar e depois gostar.

A Camila é sincera, não é dada a meias voltas, do tipo que toma atitudes difíceis sem covardia. Ela não se autoengana por muito tempo, admite erros, evita magoar os outros. É birrenta (mas passa logo). Chora se te magoa, e chora se é magoada, mas sabe perdoar e pede perdão! Companheira pra tudo, sinto saudades. Queria hoje, no aniversário dela, pagar uma cerveja, uma tequila, um show da Marisa Monte, pra cantar junto que a gente sabe ver a vida pelo ângulo mais bonito. Ela fez parte do processo que me ensinou isso (e eu ensinei a ela a escrever a respeito)!

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  quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Sobre saudades

Se eu tivesse que definir meu estado de espírito hoje, diria que ele está saudosista.

Isso começou segunda feira com um pé de amora carregado. Nunca resisto a um. Lembro do que existia na clínica da uem e do dia em que eu e as meninas colhemos várias, até uma escada emprestamos, demos boas risadas. Acho que se permitir perder alguns minutos catando amoras, faz o tempo voltar na época em que não havia muitas preocupações (além de satisfazer a vontade de uma frutinha que não é das mais comuns, mas que é tão gostosa).

Outra coisa que lembrei foi do campeonato de balonismo que aconteceu em Maringá quando eu tava no quarto ano da faculdade. Não é todos os dias que mais de vinte balões sobem ao céu. Uma dança colorida, tão bonito. Da janela do minha casa, os balões passaram tão perto, e eu e a Bianca tentamos, mas a gente precisava olhar, era mais importante não deixar passar aquele momento ao vivo, e quando vimos, já era tarde.

É uma foto que vai ficar na memória e que, a menos que eu consiga aprender a pintar, nunca vou conseguir reproduzir. Mas imagine você, na sua janela, e balões começam a passar com a maior tranquilidade, como se fizessem parte daquele céu todos os dias.

Isso também me faz voltar no tempo, na época em que um dos meus filmes preferidos era sobre uma menina que queria voltar pra casa, um leão que estava atrás de coragem, um robô procurando um coração e um espantalho desejando um cérebro. E quando eles se deram conta que já tinham tudo isso, foram embora em um balão.

Na realidade eles já tinham tudo o que desejavam, mas não conseguiam reconhecer. Quantas vezes isso acontece com a gente? Tantas vezes os outros precisam esfregar na nossa cara nossas virtudes. Nos últimos dias, eu venho me sentindo perseguida por uma bruxa do oeste bem malvada, mas espero que logo ela vá embora e que a bruxa do leste, mais boazinha, volte. Essas duas bruxas são a nossa briga interior com nossos desejos e boicotes. Nunca tinha parado para pensar no Mágico de Oz dessa forma, mas foi um filme que fez parte da minha infância, como as amoras, frutas difíceis de encontrar, como os balões, sonho de criança andar em um.

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre sem saber
Que o pra sempre sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa


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  segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Sobre o que aconteceu

É claro que nem todos os dias são perfeitos e é claro que muitas vezes a maior angústia diz respeito ao quanto à vida é pequena, o quanto aqueles sonhos de criança não podem ou não puderam se realizar.

Duas pessoas me disseram que eu banco a durona. Uma acabou de me conhecer e já chegou a essa conclusão, a outra faz parte da minha vida já tem bastante tempo e me alertou que talvez seja melhor eu chorar mais, como fazia antes, o que me deixava mais leve. Não tinha me dado conta que não chorava havia muitos meses e que em determinados dias, você precisa de uma boa crise de choro, dessas que deixam os olhos inchados, a cabeça doendo e e alma mais leve.

Eu não sei direito quando foi que eu comecei o processo de tentar me tornar durona, mas eu acho que foi no fim da faculdade. Na minha formatura chorei muito quando percebi que a festa estava acabando, mas durante todo o ano, evitei pensar no fim, nas separações, mudanças e me fechei bastante por isso. Claro que foi uma defesa, mas é o preço que eu paguei. Eu gostava tanto de fazer Psicologia, ir ao cinema, tomar cerveja, ir ao cinema novamente, sair pra jantar, fazer o jantar, fazer francês, tomar cerveja mais uma vez, conversar, namorar, enfim, sinto uma falta filha da puta.

A vida mudou muito. Não digo que foi melhor ou pior, digo que mudou. Eu disse no post anterior que estou sozinha e isso é uma injustiça tremenda com a minha família, com meus amigos e com meu namorado que faz o possível para segurar a minha mão. Explicando melhor, eu me sentia sozinha na minha solidão, na saudade, na tristeza, na angústia. Por sorte boas pessoas me ampararam pra mostrar que sim, eu posso estar sozinha, mas que podemos ficar sozinhos juntos, compartilhando as dores, os crescimentos, os aprendizados, as risadas (especialmente as risadas). Eu não sou autosuficiente, nem forte, nem foda. Eu sou alguém com muitas saudades.

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  domingo, 13 de setembro de 2009
Sobre não saber

Me angustia mais não saber porque eu tô angustiada e hoje é um desses dias em que se abre um buraco em mim que não se fecha com nada, que me faz querer chorar igual criança, soluçando no colo de alguém.

Eu não sei o que é, eu queria poder me sentir melhor, mas todo sábado eu tenho vontade de coisa nenhuma, e vontade de tudo. Quero sair, mas quero ficar em casa. Quero conversar, mas quero ficar quieta. É tão ruim quando as palavras faltam, quando fica difícil de explicar para os outros, explicar pra mim.

A angústia sempre tem um porquê. Ela não nasce de graça e cobra um preço pra ir embora. O problema é não entender que preço é esse, o que eu preciso fazer para que passe. E aí eu me sinto tão sozinha. Sinto que vai ser assim pra sempre. E na realidade todo mundo é sozinho, a gente é sozinho junto porque os outros nunca sabem como dói a nossa dor; eu não sei se a minha angústia é igual à sua.

Eu não sei se o seu coração também aperta, se o seu estômago se contrai e quantas caixas de lenço você precisa gastar num mês. Eu sei de mim e não sei ao mesmo tempo, o que dói para quem precisa ter sempre o controle das situações, mesmo daquelas que realmente não são controláveis. Mas eu sei que me sinto sozinha.

Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui não
Eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares
Vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que eu já sou
Mesmo sem me libertar eu vou

É Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro

De que vale ser aqui
De que vale ser aqui
Onde a vida é de sonhar?
Liberdade

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  segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Sobre 2 anos

Eu não deixo passar datas significativas em branco, mas não sou aquele tipo de namorada que consegue pensar em mil surpresas, que faz de todo presente um evento, que escreve cartas, bilhetes, músicas, poemas. Mas isso ele já sabe e não espera por isso.

Também sei que ele nunca vai mandar um avião despejar pétalas de rosas sobre a minha casa e uma equipe de serenata nunca vai aparecer no meu jardim. E eu não espero por isso, nem pelas cartas e bilhetes. E é por não esperar que ele consegue me surpreender quando faz isso.

Nesses dois anos, aprendi muita coisa. Mas até agora o aprendizado mais difícil e que tem consumido mais energia é a espera. A longa espera entre os meses que nos separam, porque as coisas entre nós dois nunca foram fáceis. Talvez, romântica como eu sou, eu tenha preferido um romance épico, desses que se faz com palavras bonitas de carinho e saudades. Acho que isso eu ensinei a ele, a importância de dizer as coisas, de colocar em palavras os sentimentos, e se podemos considerar essas pequenas dádivas como nosso presente de dois anos de aniversário, preciso contar o que ele me deu.

Ele me deu incentivos, crédito, abraços incontáveis. Ele me fez pensar sobre o quanto eu posso ser dominadora e ciumenta. Ele me deu limites (esses que toda criança mimada precisa), a palavra, a compreensão. Ele me deu telefonemas surpresa, a companhia que se completa sem palavras. Ele me deu sono tranquilo, profundo e recompensador. Ele me deu carinho, amizade e amor.

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  domingo, 6 de setembro de 2009
Sobre quando é preciso levantar

Quando você chega ao fundo do poço você percebe que o medo que sentia quando estava caindo era bem pior do que estar lá. Quando penso nas coisas ruins que já me aconteceram, ou quando eu escuto a história de alguém, sempre chego a mesma conclusão: o caminho que nos conduz para o fim é muito mais difícil que o fim em si.

Fim de quê? Fim de algo importante o suficiente para que a perda tenha sido sentida com aquela dor que dói na boca do estômago, no fundo do peito, no nó da garganta e parece que não vai embora nunca! Aquela sensação de estar tão perdido e de que daqui pra frente nada mais vai ter a mesma graça, o mesmo sabor e que todas as vezes que você rir, vai ser um riso forçado.

Isso é o que a gente pensa, até que finalmente a queda termina e você chega naquele lugar em que, de tão sozinho, precisa se deparar com seus erros e escolhas tortas, com as muitas vezes em que você se enganou, e como isso é dolorido. E aí existem duas escolhas bem difíceis: uma delas é levantar e seguir em frente, escolhendo caminhos diversos, feios, bonitos, jovens, velhos, mas que te levem em outra direção; a outra é permanecer por lá e deixar a vida passar.

O momento em que alguém toma a decisão de levantar é um dos mais bonitos de se presenciar ou de se ouvir, especialmente quando se trata de quem que você gosta. Eu fico tão emocionada, porque eu tenho tanta fé no ser humano que me orgulho dessa condição de seguir em frente, de sublimar a dor e encontrar em outras coisas a graça dessa vida que não é nenhum jardim de rosas, mas mesmo assim, pode ser boa, boa pelas pessoas que fazem parte dela.

Nos últimos dias, duas amigas e duas histórias diferentes me fizeram pensar sobre isso que eu escrevi hoje e eu poderia escrever um livro sobre essas histórias, sobre a maravilha delas, sobre como é bonito chegar na escuridão e descobrir que lá existe um espelho pior que espelho de elevador para revelar todas as nossas verdades e mentiras. Quando você se olha nesse espelho e vê ali uma razão pra recomeçar a escalada de volta, é lindo!

A Simone de Beauvoir tem uma frase em que diz que o que mais angustia as pessoas diante de um suícidio não é a imagem da pessoa morta, mas a tristeza que a dominava logo antes. Talvez seja difícil lidar com suicídios por nossa tristeza ser muitas vezes tão grande quanto a tristeza de quem se mata. Quando eu me deparo com o espelho que está lá no fundo, eu também escolho o suicídio, não o do meu corpo, mas das escolhas que me conduziram até ele.

E deve ser por isso que depois que a gente se levanta, lembra delas com a tristeza de quem lembra de alguém que partiu. Por isso que o perdão é importante. O perdão pelos próprios erros, lembrando sempre que eles te conduziram, de alguma forma, para a pessoa que você é hoje.

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  quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Sobre esperar o açúcar derreter

A ansiedade tá foda hoje. Ele sempre fala que eu preciso controlar isso, que eu preciso ter paciência, saber esperar. E juro, esse é meu sonho, saber esperar: Il faut toujours attendre que le sucre fonde. Gosto tanto dessa frase e não pratico. O açúcar precisa de tempo para derreter.

E sei que o tempo tem passado rápido, não posso reclamar. Mas em alguns momentos ele se arrasta. Hoje falta um mês pro meu aniversário. Faltam cinco dias para os dois anos que eu e ele estamos juntos e vivendo um companheirismo e carinho que me fazem admirar a mim e a ele, por termos conseguido transformar os erros e dores num amor tão carinhoso.


Entre por essa porta agora e diga que me adora, você tem meia hora pra mudar a minha vida.

Se eu quisesse ele teria saído da minha vida para sempre. Mas eu não queria. E foi assim que aconteceu naquele dia. Será que ele lembra? Ele costuma esquecer de detalhes, mas me conhece tão bem que consegue dar a resposta certa até a um e-mail azedo e mal humorado dizendo: "Quem tá carente?". Eu, porra! Tem dias que tudo que eu preciso é sentir o cheirinho de sabonete dove. Hoje é um desses dias.

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