a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Sobre cansaço

Hoje me disseram que eu pareço exausta. Respondi que exausta eu estava há um mês. Não sei nem dizer qual é meu atual estado de espírito a não ser a parte da esperança, que é aquilo que me faz acreditar que 2009 vai fechar com chave de ouro, porque foi um ano ótimo, um ano de boas novas, de esperança, de renovação em todos os aspectos da minha vida, ao menos todos aqueles que importam.

Mas como todo dia é dia de adequar as minhas expectativas, melhor falar do assunto esperança noutra ocasião. Em dias como esses, último dia de novembro, dezembro chegando e com ele todas as concessões que fazemos - para os gastos, por exemplo - eu preciso me focar naquilo que precisa ser feito, no que depende exclusivamente de mim. Tenho uma pequena lista, mas os afazeres são tão chatos que não vou me dar o trabalho de escrever. Até porque, se tem algo que acho desagradável é fazer de conta que a vida é um sacrifício, quando não é. Pra mim não é. Tudo o que tenho para resolver é resolvível. Até a saudade, que vem sendo a demanda mais intensa há muitos meses que hoje, oficialmente, estou a 25 dias de matar.

Eu lembro do desespero, lembro da dor, lembro da angústia e parece distante. Mudei muito em pouco mais de um ano e meio. O que foi bom pra todo mundo, porque caso contrário, dificilmente eu estaria pensando que veria o meu namorado daqui a 25 dias. Certamente não esse namorado. A saudade já é difícil o bastante de suportar, mais drama, ciúmes e obsessão forma uma receita nada digestiva. Eu falo pra ele que nem acredito que a gente conseguiu. E ele é fofo o suficiente para dizer que mesmo que o tempo fosse maior, compensaria. Compensaria porque sou eu.

Eu estou me sentindo tão cansada que até para conseguir ordenar as minhas idéias o gasto de energia para ser coerente não parece compensar. Hoje é dia 30 de novembro. De todos os meses desse ano, eu sei que esses dias em que eu tenho meus problemas para resolver vão passar voando. E eu só espero, espero de verdade, que dia 08 eu venha aqui contando boas novas. Porque isso acabaria com o cansaço, me daria fôlego para terminar o ano muito além das expectativas. Eu faria tudo o que teria para fazer do mesmo jeito, mas com um diferencial. Eu faria feliz.

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  quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Sobre isso de agradar

Gasta-se muita energia nisso de agradar e responder às expectativas. Hoje penso que a diminuição das expectativas que eu tenho em relação aos outros tem a ver com o fato de eu ter cansado de tentar agradar a todos, de ser a que escuta, a que faz o que se espera, a que pode exigir muito, porque dá muito.

Hoje a doação é menor. Talvez essa tenha sido a maior mudança e a que mais choca, e que fez com que me estranhassem e não gostassem mais, ou gostassem menos de quem eu sou hoje, que não me conheçam mais.

Acho que foi uma questão de autopreservação, a maneira que usei para poder elaborar vários lutos que vieram de uma vez, de uma hora pra outra. Engraçado, a culpa, aquela que dominava até quando eu não atendia a expectativa de ser organizada, essa não me é tão companheira hoje em dia. Sem grandes culpas pelos 15 dias sem postar.

O maior problema das expectativas, e da vontade exagerada de agradar, é que essa é uma fórmula autoenganadora. Quando eu agrado, eu quero ser agradada, quando eu sou legal para os outros, quero que os outros sejam legais comigo. E uma das descobertas mais difíceis é que essa contrapartida pode não vir. Porque o outro é esse filhodaputa que faz o que quer, sente o que bem entende e fala o que deseja. Fora do nosso controle onipotente.

Só pra constar, esse controle onipotente, apesar de muito importante quando a gente é criancinha, e precisa mesmo acreditar nisso, ele nunca existiu. Foi importante, fez parte da sua vida, mas era uma ilusão. E nos emperra se continuamos presos nessa ilusão de que o outro vai fazer o que queremos, inclusive nos admirar.

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  terça-feira, 10 de novembro de 2009
Sobre o que eu pensei hoje

Quando estou sozinha em algum lugar eu penso mais. Toda segunda feira, quando meu ônibus percorre a Avenida Angélica, fico olhando admirada para os sobrados e palacetes que resistiram ao tempo e torço para não ver a placa de nenhuma empresa privada, mostrando que as pessoas que moraram ali um dia não existem mais, ou desistiram. Alguém vendeu as casas que contam histórias.

Mesmo quando essas casas parecem decadentes, se percebo que ali mora gente, dá um alívio. Ontem em meio a dois prédios gigantes, bem próximo da Praça Buenos Aires, vi uma senhorinha na varanda. A casa precisaria de uma reforma, uma pintura, uma revigorada, mas ainda assim, tem mais graça que as restauradas por bancos e cuidadas por empresas terceirizadas. A minha curiosidade é entrar e ver o que restou das famílias, enfim, até onde a decadência chegou do lado de dentro.

Tenho a mesma curiosidade em relação às pessoas enterradas em cemitérios. Meu ônibus passa também em frente ao Cemitério da Consolação e da Necrópole São Paulo (sempre gostei da palavra necrópole). Toda vez eu penso que preciso descer por ali algum dia e dar uma volta nos cemitérios, olhar os túmulos, fazer as contas de quantos anos as pessoas tinham quando morreram, e tentar forjar as histórias delas na minha cabecinha. É besteira, mas eu faço isso desde pequena (quando vim morar perto de um cemitério).

Em frente à Necrópole São Paulo existem várias lojas de antiguidade. Minha irmã diz que cada cadeira dessas vem com uns dez fantasmas em cima. Mas eu gosto, quero mais é que os fantasmas e as histórias deles venham pra minha casa. Ainda não posso montar a minha casa, mas quando eu puder, quero coisas antigas fazendo contraponto com as novas. Não quero que essas coisas se percam, essas que um dia foram novas, modernas, chiques e que tiveram um valor para alguém, que presenciaram cenas, como se esses objetivos tivessem sentimentos, é estranho pensar nisso, mas eu penso.

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