a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  segunda-feira, 29 de junho de 2009
Sobre quando a gripe chega

Nos últimos três meses uma das coisas que aprendi é que meu limite é muito, muito maior do que eu pensava. Hoje eu tenho um ritmo de sono equilibrado, como melhor, engordei o que precisava engordar, me preocupo menos com o que eu não posso resolver, enfim, apesar de trabalhar mais e ter mais responsabilidade, eu dou conta.

Fazia anos que eu não pegava uma dessas gripes, dessas que nos pegam de jeito, que nos colocam na cama e que acabam com qualquer possibilidade de socialização. Dessas que nos obrigam a ficar literalmente deitada no sofá o dia inteiro, assistindo televisão o dia inteiro e sendo manhosa o dia inteiro.

Depois de várias semanas de muito trabalho, de manhã, tarde e noite resolvendo problemas, finalmente eu tive um domingo pra curtir a minha própria gripe. Hoje é segunda feira. Até agora não precisei assoar o nariz que está descongestionado. A tosse continua, mas já dá pra sair de casa sem parecer um foco de gripe suína.

Dizem que quando você gosta do que faz e fica perto de quem você gosta o coração e a saúde agradecem. É bem verdade mesmo!

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  domingo, 14 de junho de 2009
Sobre os momentos de lazer

Sempre dei valor aos meus momentos de lazer. Eles se resumem a coisas muito pequenas e fáceis. Claro que eu gosto de viajar e gasto meu dinheiro com isso, mas os momentos de lazer que eu falo agora são esses que custam pouco e que exigem apenas que você se sinta merecedor deles.

No feriado, eu trabalhei de manhã e dormi a tarde toda. Quando dormir vira lazer, é porque você tem feito coisas demais. Mais tarde dediquei meu momento de lazer para a quinta temporada de Desperate Housewives. Na sexta fui com uma amiga assistir "Anjos e Demônios" bem no dia dos namorados. Estávamos nós duas e uns 60 casais.

Ontem eu fui convocada - sintam o peso dessa palavra - para jantar com as minhas amigas. Foi ótimo. A comida tava muito boa e sempre é bom encontrá-las. É divertido porque é leve. É engraçado que todas as vezes que elas me encontram no msn, ou quando elas me ligam no celular, antes de perguntar se está tudo bem, elas querem saber onde eu estou. Pelo menos agora, eu estou aqui todos os fins de semana e isso de sair pra jantar, ir ao cinema e ir ao um bar, desde sempre faz parte dos meus programas favoritos.

Mas existe um momento, uma hora que eu tento desligar de tudo: das obrigações, dos compromissos, dos prazos, dos pacientes, dos alunos, dos colegas, dos professores, da família, enfim, de tudo o que cerca a minha vida. E eu faço isso justamente pra não enlouquecer. Esse momento é quando eu entro no ônibus pra viajar. Não adianta estudar, não adianta assistir os filmes toscos e dublados que passam. O que adianta mesmo é ligar o mp3 e ouvir música. E até conseguir dormir, é isso que eu faço durante a viagem. É quando eu posso desacelerar porque não mais nada que eu possa fazer, não tem problema que possa ser resolvido, crise solucionada, enfim.

E quando eu chego em São Paulo, durante todo o caminho eu escuto música e não é tão ruim pegar o trem cheio demais. E quando eu chego na USP e preciso andar por 15 minutos até o bolsão da Psicologia, eu canto e nem ligo se alguém vai me achar idiota ou louca. Esse ano eu aprendi, e descobri o quanto é mais fácil do que eu pensava, a deixar de me preocupar com o que eu não posso resolver na hora, e isso fez muita diferença.

Funciona mais ou menos assim, eu estou resolvendo um problema x e o problema y vem à minha cabeça. Aí uma voz, a mesma que sempre cobrou que eu fizesse as coisas todas na hora e de maneira perfeita, fala assim: "Não adianta se preocupar, você não vai poder resolver agora". E aí o problema y é colocado numa gaveta e deixado pra depois. O que será que mudou? Eu não sei bem, mas faz muita diferença.

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  quinta-feira, 11 de junho de 2009
Sobre o dia dos namorados

Eros e Psiquê não deveriam ter se encontrado e muito menos se apaixonado. Ele, deus do Amor, filho de Afrodite, a deusa das vicissitudes da paixão, a mais linda das deusas, mas também a mais caprichosa, como costumam ser mulheres bonitas demais. Psiquê era a personificação da Alma, sopro de vida, tão bela que provocou a ira de Afrodite, que mandou o filho matá-la.

Mas quem escolhe por quem se apaixona? Atingido pela própria flecha, Eros se entrega a Psiquê e ela a ele. Movidos por essa paixão, casam-se sem a autorização dos deuses e vivem um cego amor. Psiquê, sendo mortal, não pode ver Eros e assim eles vivem o amor guiado pela emoção, como costuma ser quando nos apaixonamos e é impossível encontrar os defeitos.

Passado o tempo e dominada pela curiosidade humana, demasiado humana, Psiquê decide conhecer o rosto do seu amor enquanto ele dorme. Ao acordar, Eros é tomado pela raiva e vai embora, deixando Psiquê em sofrimento profundo, por ter desejado através dos sentidos conhecer aquele que já conhecia tão bem através das emoções.

Abandonada e culpada, Psiquê procura ajuda dos deuses. Afrodite promete que, se ela cumprir quatro tarefas, terá Eros novamente. As tarefas eram difíceis o bastante para uma mortal não poder realizá-las, mas Psiquê consegue com ajuda dos deuses, e justamente na última e mais difícil delas seu lado humano a trai novamente e ela cai no sono profundo da morte. Eros, que já sentia saudades, fica mobilizado e, num ato heróico, tão comum aos homens, resgata a sua princesa, pede piedade aos deuses, abandona a passividade diante da mãe, casa-se novamente com Psiquê: o amor volta a se realizar.

Os gregos sabiam explicar as coisas simples e difíceis da vida através do mito e esse é um dos meus preferidos. O amor para se realizar precisa percorrer um caminho que muitas vezes é difícil. Quando a gente se apaixona, começa a viver em uma redoma onde ninguém mais entra, é quando o amor é propriamente cego. Não há necessidade de se enxergar, porque nos enxergamos através dos olhos do outro. Mas nós temos muitas fraquezas. Gostamos de ter certezas, do preto no branco, de números, datas, valores. Gostamos de fazer que o outro se encaixe nas nossas expectativas custe o que custar. E acontece muito de o custo ser justamente o fim do amor.

Mas a parte boa é que a vida costuma nos oferecer segundas chances. Chances de crescer e amadurecer no amor e perseguir objetivos diferentes. O objetivo é a transformação, a mudança, a individualidade. Não é a toa que Psiquê é representada por uma menina com asas de borboleta, esse ser que se transforma. A alma tem uma capacidade enorme de transformação. A transformação do amor não ocorre sem dor, sem sofrimento, sem que as pessoas percorram um caminho difícil, aquele em que a gente segue sozinho, justamente pra poder ficar junto de alguém.

Eu vou esquecer que o dia dos namorados é uma data comercial. E eu vou pensar nessa história de transformação que nos torna pessoas melhores que antes, que nos torna capazes de olhar para a direção certa e, quem sabe, renovar hoje a escolha de ontem. Eu tenho renovado a minha, apesar de todas as difíceis tarefas que sempre se apresentam. Mas tenho aprendido a confiar novamente nas emoções, por isso, eu aposto.

Um feliz dia dos namorados para todos, inclusive para aqueles que ainda percorrem o caminho solitário da transformação!

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  terça-feira, 2 de junho de 2009
Sobre o frio

Será possível que a cada ano que passa eu esqueço como o frio dessa cidade pode ser insuportável, do tipo que te impede de pensar? Será que a cada ano, esquecemos quanto foi sofrido o inverno anterior?

Acho que sim. Acho que esquecemos, como esquecemos de como foi difícil passar por alguns problemas, de como foram sofridas certas dores. Deve ser por isso que nossa vida é feita de repetições e constante elaborações.

Hoje eu dei 4 aulas seguidas e não lembrava mais como era difícil e como faz doer a minha garganta falar das 19h às 22h40. Eu havia esquecido como é complicado andar durante as quatro aulas e, dado o cansaço acumulado da viagem de ontem, eu tive que ficar sentada a aula toda.

A parte boa (e essa é uma das belezas do inverno) é que quando eu cheguei na sala, as alunas fizeram uma meia lua com as carteiras, bem próximas umas das outras, bem perto de mim. No fim das contas, nada melhor do que o calor humano pra deixar essa sensação menos congelante.

Chegando em casa, subo as escadas pensando na água gelada que vou usar pra escovar os dentes e pra tirar a maquiagem. Me dá um frio na espinha quando penso na hora de tirar a roupa e colocar o pijama. Daí, meu pai sai do quarto dele e da minha mãe, usando ceroulas, e me fala que deixou o aquecedor ligado no meu quarto: isso é amor!

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