a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  sábado, 25 de abril de 2009
Sobre reclamar de barriga cheia

Nada mais humano, nem mais histério, que reclamar de barriga cheia. Como me enquadro em ambas categorias me reservo esse direito: Tô cansada pra caralho.

A pessoa passa um ano praticamente em inércia, inércia esta em que as atividades cotidianas se resumiam a ir até a rodoviária comprar as passagens pra São Paulo e/ou Curitiba, voltar pra casa, dormir, estudar, comer, tomar banho e viajar para as especializações.

As reclamações para as pessoas com quem tinha coragem de se queixar eram as mesmas: sentimento de inutilidade, cobranças internas, cobranças externas, vontade de ter o próprio dinheiro para fazer o que bem entendesse.

2009, o ano começa como deveria começar sempre, cheio de coisas boas. Viajei no fim do ano, aproveitei o namorado no Brasil, me diverti, relaxei, dormi sem pensar quando entraria no próximo ônibus, enfim, estava de férias. Até que as coisas começaram a acontecer. Aparece um emprego aqui, uma idéia ali, uma "promoção" acolá.

Enfim, tô atolada até a tampa de coisas pra fazer. Crises de ansiedade na hora de dormir porque fico pensando em cada detalhezinho que eu tenho pra resolver e ainda não resolvi: a mesa de ludo que o marceneiro não entregou, as coisas da faculdade que eu preciso ir atrás e não entendo, a monografia da pós que eu mal comecei, problemas burocráticos com a outra pós, o trabalho no hospital, estressante por si só.

Eu sei que é perfeitamente possível dar conta de tudo isso. Sei que tem gente que, além de coisas assim, ainda têm casa pra administrar, filhos pra criar, marido pra cuidar. E eu aqui, reclamando que preciso de uma secretária pra arrumar minhas malas e comprar minhas passagens porque odeio, odeio e odeio pegar o carro e ir até a rodoviária que, para os padrões guarapuavanos, é longe.

Ou seja, quando a pessoa não tem o que fazer reclama. Quando tem, reclama também. Quanta impertinência.

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  terça-feira, 21 de abril de 2009
Sobre a filosofia do Latino

Há um tempo, eu li no ficadica como nós, pobres mortais, ao levarmos um pé na bunda, devemos sempre lembrar da Jeniffer Aniston, afinal, não só ela tomou um toco, e um toco do Brad Pitt, diga-se de passagem, como a pessoa pela qual ela foi trocada foi a Angelina Jolie. Sou só eu que prefiro ser trocada por alguém que seja feia, burra e pau no cu?

O que eu penso é o seguinte: Se a sua concorrente for tudo isso, você ainda pode pensar que azar é do cara, e tentar se consolar com a conclusão de que gente burra é melhor manter bem longe de você. Mas se a moça for linda, sair por aí adotando todas as crianças carentes e estilosas do mundo fica um pouco complicado. E a Jeniffer Aniston teve que aturar isso!

Eu não sei se é verdade, mas tenho lido pelos sites de notícias por aí, que um certa Angelina Jolie anda dando vários pitis, dignos da mais insegura das mortais. Dizem as más línguas, que tudo começou com uma sessão de massagens dispensada pelo maridão à babá dos rebentos. E daí frente, como nós mulheres malucas sabemos bem, é só ladeira abaixo. O que eu li é que a Angelina chegou a bater no Brad Pitt e a última é que ela ofereceu 90 milhões pela guarda da criançada (maluca sou eu, néam?). Depois disso, contam que outro escândalo aconteceu quando a Natalie Portman falou por aí que queria o Brad como galã do filme dela (que eu não sei qual é). E aí a Angelina Jolie pirou o cabeção porque tá achando que se ela disse isso, é porque tem treta.

E o que o Latino tem a ver com isso?

Bom, quando você dá bola pro marido de outra pessoa (ou namorado, ou ficante, ou rolo, whatever) você está assumindo um risco: Quem planta sacanagem, colhe solidão.

É como eu não me canso de falar, quando uma mulher trai a classe e dá uma de vaca, não interessa quantas crianças ela saia comprando, digo, adotando, pelo mundo, ela vai sofrer igual a um diabo velho de ciúmes e insegurança. Então, a dica que eu dou, apesar de esse blog não ser o ficadica, é baseada em outra grande contribuição da filosofia brasileira: cada um no seu quadrado.

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  segunda-feira, 6 de abril de 2009
Sobre a Luciana

"Era uma vez uma psicóloga chamada Luciana que queria escrever um livro". Foi assim, por causa do livro, que eu a conheci. E começou outra história.

Era uma vez uma estudante de Psicologia chamada Angela, certo dia ela foi assistir a uma palestra de uma psicóloga chamada Luciana, que havia escrito um livro. Se restava alguma dúvida sobre essa profissão que havia escolhido lá pelos seus quinze anos, nesse dia, não sobrou nenhuma, aliás, o que sobrou desse encontro foi muito, muito mesmo, por exemplo, a certeza de uma escolha acertada e a dedicatória do livro:

Angela,

venha comigo viver os sonhos que sonhei e viver as histórias que vivi. Espero que você encontre no seu trabalho a mesma paixão que eu encontrei no meu. Um abraço,

Luciana

O que eu chamei de palestra, foi na verdade um testemunho de um trabalho árduo de verdade, fascinante e amendrontador, sacrificante e satisfatório. A Luciana conta no livro três histórias de três crianças que viviam no seu universo particular, esse mesmo universo que, tantas vezes na vida, todo mundo que se acha "normal" gostaria que se materializasse para poder fugir de tudo, das responsabilidades, do sofrimento, da dor, da dor do amor.

A dor do amor não é a dor de cotovelo. A dor de amor é a dor de ódio, essa dor de existir (que as pessoas pensam que podem evitar se anestesiando). De tão absurda, nem todos a suportam. E, diante disso, uma das alternativas é o auto-exílio mental, afetivo, psíquico, cujo preço é cobrado de uma forma tão cruel por todos os outros que acabam suportando bem ou mal: o preço é ser considerado louco e sofrer as consequências bem árduas da loucura.

Por sorte, descobri que eu conseguia conviver com ela, a loucura dos outros, que me relembra todos dias da minha própria. Ela abate, dá um cansaço mental que de tão grande, derruba fisicamente, é como se você tivesse levado uma surra. A loucura abala suas estruturas porque faz você sentir, sem nem saber o que está sentindo, que você também pode sucumbir à dor.

Lembro todos os dias de uma paciente querida que, mesmo eu dizendo que não seria mais a psicóloga dela, me dizia em cada sessão: "Ano que vem você vai ser minha psicóloga outra vez." Falta de contato com a realidade? Confusão mental, violência, palavras desconexas, repetições? São a marca de um limite que não foi atravessado. Limite árduo de atravessar e por isso, ninguém se lembra dele. O problema de quem é louco vai além de lembrar o que aconteceu, porque o que vem do real do inconsciente continua sendo presenciado, indefinidamente, todos os dias.

Se um dia eu encontrar a Luciana, pretendo dizer a ela que sim, eu encontrei muita paixão no meu trabalho. E também agradecê-la pelo livro com relatos tão bonitos do que é ser psicóloga, do que é ajudar alguém a encontrar uma forma de atravessar aquele o limite muito tênue entre a invasão do real na realidade. Não posso me cobrar demais, mas espero conseguir sentir a satisfação que ela sentiu em cada um dos casos.

Se eu deixar de pensar...
E tu deixares de pensar...
Então encontraremos a lógica.

Se eu deixar de defender-me...
E tu deixares de defender-te...
Então seremos fortes.

Se eu me perder em ti...
E tu te perderes em mim...
Então nos encontraremos.
(Luciana Gentilezza)

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