a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Sobre deixar ir

Quem me conhece sabe, sou cabeça dura, resistente a mudanças, teimosa. Gosto de extrair das coisas até a última gota de possibilidade. Não acho que isso seja sempre bom, pelo contrário, percebo que em muitas situações, o mais acertado seria deixar ir, da mesma forma como deixo pra lá as coisas que não uso mais. É tão fácil me livrar das coisas, é simples, se não uso, não toco, não preciso por pelo menos um ano, não é mais meu.

Mas com meus sentimentos, com as "minhas" pessoas não sou assim. Ainda bem, porque volubilidade com sentimentos me incomoda. Em relação aos meus objetivos, também persisto, tento até não dar mais mesmo, tento até sofrer, e por isso sofro mais. Odeio olhar pra trás e pensar que não dei tudo de mim. Coisa de gente obsessiva isso de ter que ficar reparando, de ter que ficar conferindo se fez tudo certo.

Essa semana pensei no mito da caverna, de Platão (não que eu conheça Platão além disso), em que ele fala em um mundo das ideias em que tudo é perfeito. A ideia de cadeira é muito melhor do que a cadeira em si. A ideia de casa é muito mais apropriada que a casa lá de fora, desvendada pela luz do sol. Isso me fez pensar na ideia de amor, de um relacionamento perfeito. Fora da caverna a ideia sobre essas duas coisas transfigura-se no que elas realmente são, o que não significa que sejam ruins à luz do conhecimento, apenas travestidas de realidade, realidade que sempre deixa cores menos intensas, menos vibrantes, pelo menos depois de um tempo.

Fico aliviada, por outro lado, por não escolher estar do lado de dentro da caverna, apenas sonhando com uma ideia de perfeição inexistente. O que não demonstra maturidade, a meu ver, demonstra aprendizado, porque tenho muito ainda pela frente para me considerar mais madura nesse sentido, justamente pelo fato de, mesmo já tendo percebido que a cadeira em si está diferente do que era na ideia, eu ficar tentando fazer de conta que aquela cadeira fica bem na minha sala, que basta fazer uns ajustes. Eu demoro a perceber que a cadeira não combina mais, que está na hora de pensar em outra coisa, algo que tenha mais a ver com o ambiente.

E aí, eu fico com aquela sensação de quem tem um cachorro que precisa ser sacrificado. Você sabe que ele vai sofrer se continuar vivo, mas você ama tanto ele vivo ao seu lado que resiste. Só que é preciso alguém que ame mais a ideia do cachorro sem sofrimento. É bom compreender que o melhor é ter a ideia dele vivo e bem. Essa ideia não morre nunca. E muito tempo depois, você é capaz de falar dele com amor. Sem culpas, sem reparações, sem arrependimentos.

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