a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  segunda-feira, 1 de abril de 2013
Sobre quem se importa

Desde pequeno, a gente aprende a separar as características em boas e ruins, qualidades e defeitos. A gente aprende que é assim com todo mundo e que tudo bem. Mas aí, logo começa a confusão.

A mãe ensina que não pode ser teimosa, que teimosia é defeito. Mas quando você consegue alguma coisa depois de muito tentar, ela fica orgulhosa e te chama de persistente. E persistente é outro nome pra teimosa. Você era conhecida porque era carinhosa. Mas aí um dia te chamam de grudenta e você descobre que ser carinhoso não é qualidade sempre e pode até enjoar. Você perguntava muito e as pessoas te achavam esperta. Mas elas também se exasperavam e diziam que você era chata. E aí, tudo isso se confunde em quem você é e em como você se vê. Mas até aí, tudo bem, todo mundo passa por isso.

Das minhas qualidades infantis, já me rendia elogios a minha organização. Desde criança eu gostava das coisas no lugar. Tinha a casinha com as bonecas nas suas caminhas, com suas roupinhas que eu trocava à noite, para irem dormir. Quando ia viajar, fazia lista com a roupa que eu usaria em cada dia, arrumava tudo bonitinho e eu era bem pequena. Quando comecei a estender isso pro resto da casa, querendo organizar as coisas da mãe, das irmãs, nem sempre a "ajuda" era bem vinda. E às vezes, a organização, não era mais qualidade, não era mais coisa boa. 

Era bom quando eu cumpria com as minhas obrigações. Estudava pra prova, fazia a tarefa, o trabalho da escola. Não era bom quando o incômodo vinha pelo fato de nem todo mundo fazer assim. Aí, eu não era mais organizada, nem correta. Eu era certinha demais, ou caxias. 

Nenhuma dessas palavras me incomoda: certinha, caxias, chata. Elas são eu ou eu sou elas. E tem outras coisas no meio disso que fazem de mim hoje boa professora, com aulas preparadas, provas prontas, livros de chamada sem problemas. Essas palavras também me ajudam a ter tempo e disposição pra ser amiga, ir em festas, dar festas, estar disponível. 

Gente organizada se policia o tempo todo. A organização é um jeito que a gente arranja do lado de fora de manter a vida, aquela que corre aqui dentro, mais centralizada, menos caótica. Quem é organizado sabe onde guarda sua bagunça, seu descompromisso (com o tempo, com a limpeza, com a ordem). Quem é como eu, se irrita com as falhas nos outros porque se sente falhando o tempo todo. Porque se percebe o tempo todo imperfeito.

Isso causa sofrimento dos grandes. A falta de ordem do outro denuncia uma incapacidade mas também denuncia o desejo de ligar o foda-se. De não ir, de atrasar, de sentir preguiça. De não ser mais confiável. Eu sofro quando o outro não se importa em fazer esperar. Sofro quando o outro não se importa em não aparecer. Na minha vida, se tem uma posição da qual eu gostaria de sair é essa: de quem espera que o outro se importe. Não pelo outro. Mas por mim.   

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