sin.ce.ri.da.de
sf (lat sinceritate) 1 Qualidade de sincero. 2 Franqueza, lealdade; ausência de dobrez ou de hipocrisia; lisura de caráter. 3 Palavras ou observações sinceras.
Existe essa coisa, essa coisa que todo mundo pode esperar de mim, menos eu. É da sinceridade que eu falo. Deve ser por isso que sempre me surpreendo quando alguém me faz um elogio, seja ele qual for. Pode ser que a pessoa diga que eu sou competente. É mentira. Pode ser que a pessoa diga que eu sou esforçada. Outra mentira. É mentira porque ela não sabe que custa muito, mas muito mesmo, manter isso.
Daí que eu concluo que venho sendo incoerente comigo mesma e isso faz tempo. É incoerência quando eu espero dos outros, que os outros façam coisas que eu não faço para mim mesma, mesmo quando poderia, quando deveria. Posso, devo, quero? Três perguntas que são fáceis de ser respondidas, mas nem por isso fáceis de ser encaradas.
Ser coerente é quando você sabe que precisa poder, dever e querer para que uma coisa seja possível. Não possível no sentido de existir e pronto. Muita coisa acontece por aí sem poder, sem dever e sem querer. Mas possível no sentido de não fazer mal. De não fazer a gente ir dormir com uma dor que quando a gente é criança não sabe o que é, então chora e busca colo, bico, cheiro. E quando a gente cresce, descobre que chama angústia, mas nem por isso deixa de desejar o colo, o bico e o cheiro.
Se eu pudesse fazer um pedido hoje, seria o seguinte: eu quero um pouco de tranquilidade. Não na vida, não na correria do dia a dia, que isso eu já entendi que não foi feito pra mim. Mas eu queria um pouco mais de tranquilidade de mim para comigo mesma. Ficar tranquila. Pedido que tem se demonstrado mais difícil que o último que fiz, aquele de me apaixonar de novo.