Nessa semana encontrei uma amiga que não via há algum tempo e ela disse que vem acompanhando a minha vida por aqui. Segundo ela, dá para saber quando eu tô bem e quando eu não tô tão bem assim, de acordo com o que eu escrevo.
Fiquei pensando nisso. Sobre estar e não estar bem. E cheguei à conclusão que, apesar de um ou outro texto um pouco melancólico, há muito tempo estou bem. Bem no sentido amplo, aquele que faz a gente trabalhar, ver os amigos, ter vontade de sair, de ir ao cinema, de tomar uma cerveja. Sim, faz um bom tempo que eu estou muito bem.
Nos últimos tempos andei tomando decisões importantes, como a de voltar a morar em Guarapuava até passar no doutorado, e aí, só Deus sabe para onde eu vou mudar. Isso de voltar é difícil pra mim. Muito. Porque eu gosto muito de morar em Curitiba. Ontem, atravessando a
Santos Andrade, me dei conta do quanto. E decidi sair caminhando por aí, fazer tudo o que eu tinha pra fazer a pé, um jeito de lembrar bem de todas as ruas, dos bairros que eu gosto.
Ano passado, nessa época, eu comecei a escrever a dissertação. Semana que vem, vou começar a escrever o terceiro e último capítulo, isso se a Nossa Senhora da Não-Procrastinação me ajudar. Tenho uma impressão esquisita com o mestrado terminando, não faz muito sentido. Parecia que eu ia ficar pra sempre fazendo isso. Soa meio maluco, eu sei, mas eu não queria que terminasse.
O mestrado e esse tempo em Curitiba foram coisas muito boas. Cheguei a pensar que aqui era meu lugar. É difícil começar a me despedir do que foi bom. Tô começando a minha despedida, tô começando a pensar em caminhão de mudança, tô começando a pensar em arranjar caixas para colocar minha vida itinerante dentro e voltar para onde eu sempre acabo voltando.