Vou contar uma coisa que pode não ser muito interessante, mas que diz muito sobre mim. Eu posto meus textos e reviso depois. Mais do que isso, no dia que eu resolvo postar, eu escrevo, levo um certo tempo fazendo isso e, quando coloco o ponto final, logo em seguida aperto em "publicar postagem". Aí, eu aperto em "visualizar postagem", copio o link, coloco primeiro no twitter, depois no facebook e só depois reviso.
E você pode se perguntar porque isso diz muito sobre mim. E eu posso responder que isso diz muito da minha ansiedade, da minha necessidade em, uma vez as coisas prontas e acabadas eu me livrar delas. Não faço isso só com textos de blog, fazia com as minhas provas na faculdade também. Escrevia questões imensas e entregava sem nenhuma revisão para o professor. E eu sempre me dizia que era porque eu não enxergaria os erros mesmo. Mas eu enxergo os erros sim, e às vezes eles são feios, do tipo de quem troca c por s ou vice-versa. E olha que eu sou dessas pessoas que se irritam com erros ortográficos e gramaticais.
Mas é que não é só quando eu escrevo que eu cometo erros por "falta de revisar". Eu cometo erros nas minhas ações, nos meus pensamentos que nem sempre acompanham o tempo que as coisas levam para acontecer. Uma amiga minha disse que meus atos-falhos são didáticos e e são mesmo. Coisa bonita de se ver. Eu os cometo na fala, nos esquecimentos (e quantos são os esquecimentos) e especialmente, muito especialmente na escrita.
Nos últimos tempos, meus atos falhos de escrita tem girado em torno de uma só palavra: amor. E algumas amigas puderam testemunhar um bem bonito que eu fiz num e-mail. Não dá para dar sorte para o azar, eu queria dizer. Mas é no amor que eu não tenho dado muito sorte. E aí, imediatamente penso que a gente não pode ter sorte no jogo e no amor. E não é que nos outros aspectos da minha vida eu sempre tive sorte?
Todo mundo aqui em casa acha que eu sou sortuda. E olha, posso contar alguns bons episódios de sorte que sucederam outros em questão de minutos. Sou dessas pessoas que ganham rifas, sabe? Mas nunca acertei mais que dois números na mega-sena. Mas quando comecei a escrever esse post, ele era quase que um pedido de desculpas para mim mesma. Dados meus textos publicados nesse mês dedicado aos santos casamenteiros e aos namorados, me percebi soando tão amarga. E eu nunca fui dada ao amargor, sabe? Mas veja que bonito que é esse nosso inconsciente, nessa primeira tentativa de escrever o post, que foi sucedida por isso que estou escrevendo agora, adivinha qual palavra eu coloquei no lugar de amargor? Pois é. Ultimamente ando vivendo de meus tropeços.
Apesar de não ser dada ao amargor, tenho me sentido bem incomodada com a minha solidão. E é bom notar, apesar que isso pode soar como a maior presunção da vida, que essa solidão é fruto de uma escolha que vem se repetindo há muito tempo. Nunca fui partidária de se não tem tu, vai tu mesmo. Continuo não sendo, é bom enfatizar. Algumas pessoas dizem que as exigências são grandes, que não é por aí. Minha mãe é a primeira a dizer que o problema é pular de cabeça nas coisas. Gente, não concordo?
Eu não acho que eu seja exigente e nem acho que precise pisar em ovos. O que eu tenho certeza é que eu só funciono por mais de uma semana do lado de alguém se eu estiver apaixonada e admirada pela pessoa. Dessas duas coisas, acho que o que o mantém as pessoas juntas é a segunda. Eu também tenho certeza que se não for pra me jogar, nem vou.
Eu tava escrevendo que costumo ser cautelosa em outras áreas. Mas acho que só finjo de cautelosa. Na verdade, esse meu caminho por onde minha vida me trouxe (em todas as áreas dela) foi resultado de duas coisas. A primeira é que eu tomo decisões impulsivas. Sou impulsiva, sou ansiosa também. A segunda é que I`m not a quitter (e essa frase só fica boa em inglês). Deve ser por esse segundo motivo que tanto me incomodam aqueles que desistem muito facilmente.