Às vezes algumas coisas bizarras acontecem comigo, mas elas são tão bizarras que fazem com que qualquer espaço destinado para a chateação seja substituído pela surpresa. Pela genuína surpresa a cada nova conclusão, a cada nova experiência do quanto algumas pessoas não têm noção de boa convivência, sabe aquela coisa que a gente traz de berço? Então, quedê-lhe o berço, gente?
Estava vindo de Guarapuava para Curitiba dias atrás. Entro no ônibus e sento na minha poltrona e espero a pessoa que sentaria ao meu lado chegar antes de pegar meu cobertor, colocar o cinto, essas coisas. É que eu demorei a comprar a passagem e tive que sentar no corredor. Pois bem, chegou a senhora que viajaria comigo, levantei e deixei ela sentar. É assim que se faz, pessoal, é bem mais delicado do que fazer a pessoa ter que se pendurar no encosto da poltrona da frente para não cair sentada no seu colo. É uma dica valiosa, pra vida mesmo.
Aí, entrou uma família, criança, mãe da criança e avós. O avô sentou na poltrona bem ao meu lado e não conseguia fazer o encosto da poltrona abaixar. Ele não tava percebendo que era uma alavanca e não um botão. Eu, gentilmente, falo para ele, "você precisa puxar aqui, ó", e indico onde ele deveria puxar. Gente, ele fez, sabe? Ele finalmente conseguiu abaixar a poltrona dele e não teria que viajar por quatro horas em posição vertical. E ele nem olhou pra minha cara. Ele não me agradeceu.
Ridícula a história, né? Do que eu tô reclamando? Quanta besteira, eu deveria arrumar o que fazer. Mas é que isso é IMPORTANTE! Dizer obrigada quando alguém faz alguma coisa por você é bacana, estimula a boa convivência, sabe? Arranca pedaço? Não! Olha a novidade. A gente não é educado porque espera reconhecimento alheio, a gente não é educado porque PRECISA de um muito obrigada em troca. A gente é educado porque se isso for se perdendo desse jeito, é ladeira abaixo. Coisa mais feia.