Muito queria ser dessas pessoas decididas, mas não sou. Pessoal que curte signos costuma pensar que isso é mal de librianos em suas eternas indecisões. Não sei se é mal de libriano, não. Acho mesmo que é um dos males mais comuns, isso da dificuldade em escolher, porque isso implica em perder alguma coisa. Apesar disso, penso que tenho muita sorte. E olhando pra trás com quase nenhum cuidado, concluo que a vida tem sido bem generosa nesse sentido.
Além de indecisa, sou ansiosa. E odeio ficar com pendências. Essas pendências vão de contas a pagar, ligações a fazer, e-mails a responder, roupa por lavar, palavras por dizer. Nessas horas ansiosas acabo metendo os pés pelas mãos e tomo a decisão errada. Por isso, exercício PRA VIDA é esperar passarem vinte e quatro horas (se possível isso for) depois de receber uma notícia que implica a tomada de uma decisão. E como não gosto de pendências, pago a conta até o fim, não sem sofrimento, não sem dor. Mas pago.
Apesar disso, a decisão de fazer mestrado foi um pouco impulsiva. Claro que fazia muito tempo que eu pensava nisso. Mas a parte do impulsivo tem a ver com eu não ter me preparado para as provas, para o projeto, para a entrevista e, ainda assim, ter passado. Pode ter sido sorte, pode ter sido um bom senso de oportunidade e de momento. Seja já o que tenha sido, a cada dia fico mais feliz com a decisão. Encontrei meu lugar, minha vida.
OBS: Eu queria ter escrito "encontrei meu lugar, minha cidade", mas pela terceira vez consecutiva no dia, cometi o lapso de digitar vida em vez de cidade. Então, deixemos a frase dessa forma, assim, talvez ela diga mais de mim.