Para alguns programas não é fácil encontrar companhia. Ir ao museu é um desses programas. A maioria das pessoas até gosta de obras específicas, reconhece a beleza, conhece algo sobre o artista, mas quando você convida para a ir a um museu ver uma exposição pouco reconhecida, às vezes até bem conhecida, encontrar alguém disposto são outros quinhentos.
Não é todo mundo que contempla, compreende, realmente admira esse tipo de produção. Para muitos, é mais fácil se deixar tocar por uma música ou um filme, acho muito compreensível. Mas eu gosto de museus e fico contente em encontrar quem goste. Se eu recebo um convite, acho a coisa mais gostosa do mundo.
Domingo meu dia começou assim, saindo para tomar café da manhã com uma amiga com quem a amizade é simples e honesta. Jogando conversa fora sobre a profissão, sobre a vida pessoal, sobre as viagens, enfim, sobre coisas da vida, para depois ir ver a exposição linda do Vik Muniz, no Oscar Niemeyer. De todas as obras, o
"Narciso" me emocionou diante da capacidade humana de criar beleza e expressão a partir do nada. O de
Caravaggio é maravilhoso, e o do Vik Muniz conquista pela capacidade expressiva e pela grandiosidade.
A manhã terminou num café e na certeza que vai haver próximas vezes sem ter que esperar ou cobrar por ela. Isso é bom.