Esse tema é recorrente (se não no meu blog, na minha vida). Sou daquelas que alimenta tantas delas que a lista das decepções cresce numa progressão geométrica, o que significa que para cada expectativa, o sentimento de frustração vem multiplicado.
Melhorei, melhorei muito, e que ninguém diga o contrário porque houve tempos em que, ao invés de lidar com as situações, eu escolhia guardar o rancor, ir dormir com um sapo ou mais entalados no fundo da garganta e se não me afastasse da pessoa, dava um jeito de castigá-la, talvez de forma muito indireta, o que a deixaria sem entender absolutamente nada.
As pessoas se comportam de forma tão diversa ao que imaginamos. Isso da liberdade alheia é o que fode a vida mesmo. Sartre sabia das coisas. E aí eu vou pra cama remoendo desculpas que não foram pedidas, considerações que não foram dadas, palavras que não pareceram ter sido consideradas.
É tão ruim ir dormir com a sensação de ter sido preterida. De dar mais do que as pessoas querem/podem aceitar e, por isso, esperar muito além do que estão dispostas a doar. É quando lembro que odeio cobranças e que elas podem acabar com um relacionamento. Mas lembro também que quando existe equilíbrio de afeto, respeito, companheirismo, não tem porquê cobrar coisa alguma.
E aí, eu faço a feliz e brilhante descoberta que nessas horas, a melhor coisa é usar da sinceridade, aquela sinceridade boa e que não fere, que significa todo o carinho que você pode dedicar a uma pessoa e por isso dar a ela mais de você, mais do que você sente e pensa sobre as coisas. Esse caminho, quando percorrido sem o caderno em que se anotam as mágoas, leva a uma coisa tão necessária em qualquer relacionamento, essa coisinha básica que se chama compreensão.
*Note que existe diferença entre ser compreensivo e ser feito de idiota. É preciso descubrir a linha tênue que há aí.