É claro que nem todos os dias são perfeitos e é claro que muitas vezes a maior angústia diz respeito ao quanto à vida é pequena, o quanto aqueles sonhos de criança não podem ou não puderam se realizar.
Duas pessoas me disseram que eu banco a durona. Uma acabou de me conhecer e já chegou a essa conclusão, a outra faz parte da minha vida já tem bastante tempo e me alertou que talvez seja melhor eu chorar mais, como fazia antes, o que me deixava mais leve. Não tinha me dado conta que não chorava havia muitos meses e que em determinados dias, você precisa de uma boa crise de choro, dessas que deixam os olhos inchados, a cabeça doendo e e alma mais leve.
Eu não sei direito quando foi que eu comecei o processo de tentar me tornar durona, mas eu acho que foi no fim da faculdade. Na minha formatura chorei muito quando percebi que a festa estava acabando, mas durante todo o ano, evitei pensar no fim, nas separações, mudanças e me fechei bastante por isso. Claro que foi uma defesa, mas é o preço que eu paguei. Eu gostava tanto de fazer Psicologia, ir ao cinema, tomar cerveja, ir ao cinema novamente, sair pra jantar, fazer o jantar, fazer francês, tomar cerveja mais uma vez, conversar, namorar, enfim, sinto uma falta filha da puta.
A vida mudou muito. Não digo que foi melhor ou pior, digo que mudou. Eu disse no post anterior que estou sozinha e isso é uma injustiça tremenda com a minha família, com meus amigos e com meu namorado que faz o possível para segurar a minha mão. Explicando melhor, eu me sentia sozinha na minha solidão, na saudade, na tristeza, na angústia. Por sorte boas pessoas me ampararam pra mostrar que sim, eu posso estar sozinha, mas que podemos ficar sozinhos juntos, compartilhando as dores, os crescimentos, os aprendizados, as risadas (especialmente as risadas). Eu não sou autosuficiente, nem forte, nem foda. Eu sou alguém com muitas saudades.