Desistir é mais fácil, o gasto de energia é menor. Algo está difícil, você pára tudo e deixa pra lá, procura outra coisa pra fazer, pede pra alguém fazer por você.
Não desistir, por outro lado, demanda muito mais disposição, tempo, vontade de começar tudo novamente, de dar chances, de experimentar, enfim, de tentar.
E quando apesar de todas as tentativas, mesmo assim não dá certo, a tranquilidade que você sente aplaca um pouco a tristeza e nos dá forças para recomeçar. O fato de sempre tentar me ajuda a continuar esperando. A espera pelos dias que às vezes passam rápido, e outras se arrastam, a espera pelas datas em que a gente pode se encontrar e que provocam de saída uma certa tristeza porque "a hora do encontro é também despedida".
Mas agora faltam pouco mais de dois meses desse tempo todo que eu sei que deve ter sido mais difícil pra ele do que pra mim. Eu estou longe dele. Ele está longe de mim, da família, dos amigos, da casa, do país, enfim, e eu sei o que é a solidão em um país estrangeiro. Agora falta pouco, muito pouco. E se tem algo que me faz continuar firme é a doçura dele que se faz presente o tempo todo e que não me deixa esquecer o quanto é bonito o que nós temos.
Quando eu me sinto sozinha, quando a noite me angustia, não é de companhia que eu sinto falta. É da companhia dele. Agora é a melhor hora para não desistir.