Quem já escreveu algum artigo, projeto de iniciação científica, painel, enfim, quem já elaborou algum trabalho acadêmico sabe, mesmo que você tenha feito ele de cabo a rabo sozinho, mesmo que você tenha passado meses de angústia, implorando por uma sugestão, uma crítica, uma colocação, ainda assim, se esse trabalho for publicado, o nome do orientador constará como co-autor, e essa publicação enriquecerá o currículo lattes dele mais do que o seu. Aliás, só o fato de ele ter sido orientador do seu trabalho, mesmo que não haja publicação, será melhor pra ele que pra você.
Isso é uma injustiça, mas ninguém disse que a vida acadêmica é justa. Meu dilema é este: entreguei meu artigo em maio, de acordo com o combinado, e fiquei esperando pacientemente durante um mês pelas orientações. Vácuo, barulho de vento, não obtive resposta. Mandei um e-mail simpático. Não obtive respostas novamente. Mandei outro e-mail e recebi a promessa de que, naquela semana, ela se dedicaria aos trabalhos (orienta mais uns 8 além do meu). Vácuo, barulho de vento, não obtive resposta.
Passam-se alguns dias, recebo um e-mail da representante da turma avisando que o prazo para entregar o artigo no protocolo é 24/08. Mando um e-mail educado, mas num tom quase beirando ao desespero. Ela responde a coisa mais incoerente que já ouvi: "Angela, me mande seu endereço que enviarei as orientações pelo correio". Sinto vontade de chorar, mando o endereço de casa e espero uma semana. Vácuo, barulho de vento, não obtive resposta.
Então hoje, duas tentativas desesperadas. Mandei um e-mail, que espero ter sido educado, afirmando que desde maio espero que ela me diga o que presta e o que não vale nada no meu artigo. Lembrei a ela que faltam duas semanas para o prazo do protocolo. Fui otimista a ponto de dizer que, aproveitando as "férias" acadêmicas devido à gripe A, qualquer alteração poderá ser feita com tranquilidade. Enumero minhas dúvidas e concluo o e-mail dizendo que, se ela julgar que não poderá me auxiliar, procurarei um co-orientador que possa.
O passo seguinte foi implorar para uma professora da faculdade ler o trabalho e me dizer o que pensa. Aguardo resposta das duas.