Desde criança eu sou assim: alguém de grandes expectativas. Como tudo nessa vida, há um lado bom e um lado ruim disso. O lado bom é que eu acabo sendo esse tipo de pessoa que sempre espera o melhor. E durante essa espera, penso, sonho, imagino, escolho roupas, enfim, começo a me preparar muito antes das coisas, enquanto espero por elas.
O lado ruim é aquela verdade que todo mundo experimenta cedo ou tarde: quanto maiores as expectativas, maiores as frustrações. Diante disso, não tem muito o que falar, afinal, que palavras descrevem os dias perdidos em que a ansiedade acabou tomando, as noites em que o sono demorou tanto pra chegar? E a viagem que custou a passar? E o investimento emocional? Existe algum ressarcimento? Claro que não.
Tive aquela velha comprovação empírica, ou seja, através de experimentação e observação prática, que todas as pessoas desse mundo são de carne e osso e quando a gente espera que elas não sejam, a decepção é enorme. Soa adolescente isso de ter um ídolo. E é. Mas eu ainda tô crescendo e não quero cobrar muito de mim, afinal, o que eu já cobro é o bastante.
Será que eu consigo mudar a minha atitude em relação às expectativas? Será que eu consigo mudar a forma como me sinto depois da frustração? Não sei. Mas sei que dessa vez, o milho verde no potinho e o suco de maracujá fizeram as vezes do colo de mãe. Um colo que eu tive que me dar.
Bom é ter alguém cuja confiança é incondicional. Alguém para quem se possa dizer o quanto seu coração se partiu. Alguém que fala que você vai sofrer enquanto agir assim, mas que gostaria de estar perto nesse momento, mesmo que não possa, e que é pra você não chorar porque não vale a pena. Acolhimento é palavra que dá conta da frustração.