Não às minhas, mas às do blog. Aconteceu mais ou menos assim:
Há três anos tenho um live journal. Gosto muito dele, mas as coisas começaram a mudar. As pessoas de sempre pararam de escrever e outras começaram. Tudo ótimo, não fosse o fato de que eu tenho quase 24 anos e comecei e me sentir uma tiazona no meio das festas e bebedeiras do pessoal mais novo. Se eu não gostasse de acompanhar, não leria, não comentaria, mas já passei por essa fase - e passei com propriedade, as histórias são várias e memoráveis - mas me sinto velha, especialmente quando me pego fazendo comentários do tipo eu já passei por isso. Comecei então a pensar em ter um blog que meus amigos que não tem lj possam ler.
Não que eu vá deixar o pride can hurt de lado (é o nome do meu lj), afinal, eu não preciso de mais uma despedida dolorosa esse ano. Mas gosto de começar coisas novas, até porquê, depois de três anos escrevendo, aprendi a lidar com esse meu orgulho que machuca e hoje ele não me controla mais.
Já terminei o colégio, passei no vestibular, não gostei do curso, fiz cursinho, passei no vestibular outra vez, fiz faculdade e me formei. Entre cada um desses acontecimentos desenrolaram-se muitas histórias, cada uma com personagens que são, na minha opinião, os melhores, tenham desepenhado eles papéis de amigos, inimigos, ou as duas coisas. E isso leva-me a contar o porquê do nome "Tem que ser".
Pareço uma adolescente sonhadora e poderia ser aconselhada a parar por aqui. Mas essa é uma das minhas marcas registradas (e tenho dito). Gostar de mim é amar o fato de que por mais ferrada que eu esteja, eu vou procurar o lado bom da situação, nem que seja o crescimento que isso me proporcione (o ângulo mais bonito). Sonhadora eu sou desde criança e nem os estágios mais avançados do meu mau humor adolescente conseguiram arrancar isso de mim. Muita coisa nessa vida tem que ser. Muita coisa na minha simplesmente é.
E alguém vai dizer que se eu tivesse escolhido Psicologia desde o começo as coisas hoje não estariam completamente diferentes? Em primeiro lugar, eu não teria escolhido UEM. UEL e UFPR eram as opções. E isso significaria rebobinar a fita (porque eu sou desse tempo) e reinventar uma vida. Que difícil! Acredito no es muss sein, no tem que ser, acredito que as pessoas se encontram, se amam, se odeiam, tornam-se indiferentes umas às outras porque a alma de uma, fala com a alma da outra. É aí eu chego na parte em que eu conto que, além de psicóloga (o que já provoca reações interessantes), eu gosto mesmo é de psicanálise e por isso do determinismo inconsciente.
Isso não significa que eu pense que não exista liberdade e autonomia. Sartre dizia que uma coisa é o que fizeram com você. E outra, é o que você fez com o que fizeram com você. Por isso, apesar de eu ter certeza que existem razões muito anteriores levaram à criação desse blog, sou eu quem decide o que vai ser feito com as histórias que colocarei nele. Ele se trata disso: do es muss sein, do que tem que ser, seja lá porquê.