a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  sábado, 8 de junho de 2013
Sobre democracia representativa

Funciona assim: você passa a faculdade fugindo de todo e qualquer tipo de militância. Você não vê utilidade em centro acadêmico e DCE (a menos para quem faz parte de ambos) que vá além de conseguir dinheiro pra comprar uma mesa de sinuca, a doação de um sofá velho e paredes grafitadas. Você pensa que as solicitações costumam ser justas,  mas percebe elas não mudam de eleição para eleição. E aí você se torna reticente. Você começa a acreditar que tem que use a militância como profissão.

Ok. Minhas palavras são todas decorrentes de uma experiência, a minha. Não estou generalizando. Estou explicando a minha reticência em relação a posicionamentos políticos. Não precisa dizer que os movimentos conseguiram muita coisa que isso eu já sei.  Mas tem mais um menos um ano que eu resolvi abandonar a minha posição stand by en relação a isso.

Minha profissão tem um conselho e, como todos eles, sempre vai ser criticado por algum lado. Eu engrossava o coro do preço da anuidade, não entendia para que servia. Aí, um dia me convidaram pra participar, eu disse que sim e comecei. E isso tudo foi muito positivo por várias razões. 

A primeira é que eu entendi que custa dinheiro manter uma organização de uma classe profissional. Sabe quando você descobre o valor das coisas quando sai de casa e começa a pagar as contas com o seu dinheiro? Mais ou menos isso. Os psicólogos são extremamente individualistas em suas práticas e tem uma baita dificuldade de pensar na profissão como um todo, e a anuidade faz parte desse todo.

A segunda coisa que eu descobri é que poderia haver maneiras de o conselho ser mais afetivo, mais participativo e, especialmente, mais presente em um nível social. Pelo menos metade dos preconceitos em relação à minha profissão é fruto da ignorância. Sempre achei que o conselho precisa ser marqueteiro, mostrar o que é a Psicologia, em que consiste a profissão. Só isso ajudaria a aumentar a fiscalização em torno desses montes de psicólogos que me enchem de vergonha. Porque uma coisa que eu entendo é que as pessoas, em sua maioria, não sabem quando são atendidas indevidamente.

Finalmente, eu descobri que gostei. Gostei de participar das discussões porque aprendi bastante coisa. E eu gosto muito de me envolver com as pessoas e isso me aproximou bastante delas, então, olha que baita vantagem. 

Mas tem uma coisa que tem me incomodado nessa história e não só aos conselhos de classe, mas em geral: essa nossa democracia representativa é um problema. Explico: é muito difícil que os grupos que estejam nos representando consigam fazer o exercício de se destituir das individualidades e de posicionamentos previamente organizados e muito bem estruturados em grupos que excedem a gestão (bancadas religiosas estão aí para provar). Vamos pensar que, na sua casa, vocês votem para tomar decisões. E você gostaria muito de ter uma televisão no quarto. Aí, você se organiza externamente com seus irmãos e mãe e faz do seu pai um voto vencido. Mas é democrático, certo? Claro que sim. E em casa isso não dá muitos problemas porque as pessoas, vejam só, costumam se gostar.

Não é bem o que acontece nas nossas representações profissionais. Narcisismos individuais ou grupais, estruturas cristalizadas há décadas, relações de tutoria em que o mais velho ensina o mais novo a como se posicionar, enfim. Eu poderia citar algumas coisas. E essas coisas incomodam. E incomodam porque todos pagam pelas televisões no quarto.

Vamos pensar então que, em meu estado, uma determinada proposta, em nível regional, tivesse sido aprovada pelo grupo de delegados, dos quais eu fazia parte. Depois, eu fui eleita delegada para ir ao federal. Será que é muita ingenuidade minha pensar que se eles me elegeram e elegeram também aquela proposta, a minha obrigação não seria defendê-la? Não foi bem o que vi. O que eu vi, foi gente que viajou às custas do CRP e do CFP tomando posições de chapa.

Se eu tivesse que me posicionar politicamente hoje, seria pela mudança. Em nível regional e federal. Votem, gente. Votem.

OBS: Nem comento sobre gente que acha que viaja com tudo pago para sair fazer festa e não conseguir estar na hora certa nos lugares, fazendo a gente esperar formar quórum. Falta de educação tá cada vez mais cultural e cultuada.

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