Anos atrás, eu me apaixonei. Foi bonito como costuma ser todo sentimento dividido. Essa história é longa, mas não cabe aqui. Ela não é só minha. Direitos autorais compartilhados, a gente tem que respeitar.
Como toda a história (ao menos como toda história com alguma graça), essa tem suas partes felizes e as tristes. Partes boas e outras nem tanto. Mesmo assim, tenho saudades do que ela foi, a história. E fico pensando como teria sido se o fim dela não tivesse sido aquele. Aquele que nem eu dei e nem ninguém, mas o fim que ela se deu, porque as histórias de vidas têm disso, elas vivem e por isso também morrem.
Não quero me eximir da responsabilidade pelo que não deu certo. Nem quero desresponsabilizar ninguém (ou responsabilizar, que seja). Chega um momento em que não sobra espaço pra isso. E quando esse momento chega, o espaço que sobra fica inteiro para a saudade. Então, é isso que me sobra, saudade.
Só que não é dos sentimentos mais fáceis de levar. A saudade tem o hábito de pintar as situações com candy colors. Acho uma graça candy colors, mas não sei se funciona pra mim porque eu gosto de vermelho, azul turquesa, amarelo, enfim, as cores mais fortes, as que costumam dizer que "cansam".
Se eu gosto das cores que cansam, pode ser que isso me torne cansativa. Ou pode fazer parte do meu excesso que invade de vez em quando atendendo por um nome que eu não gosto porque soa amargo: desesperança.
Faz dias que esse amargor me ronda. Uma palavra tão feia que começa com um verbo, um dos bonitos. Anos atrás, amarguei o fim da história porque pensei que jamais voltaria a amar alguém daquele jeito. Hoje, acho bonito saber que não vou mesmo. É o amor em
candy colors: bonito e leve. [
Mesmo que mude, mesmo que acabe, mesmo que alguém esqueça o que passou].