a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Sobre o amor em minúscula

Costumo falar se gostei ou não de um livro e costumo dizer porquê, mas raramente indico ou contraindico. Acho um pouco de pretensão. Mas adoro pedir livros emprestados e emprestar os meus. Esse fim de semana pedi um, mas não um específico. O pedido foi: "Você tem algum livro para eu ler?". Essa pergunta é perigosa porque não dá pra saber é se a surpresa decorrente dela será das boas ou das ruins. Dessa vez tive uma sorte danada.

"O amor em minúscula", de Francesc Miralles, é um livro típico para essa época em que fim e começo de ano se misturam. Isso poderia se dever ao fato de o primeiro capítulo começar na virada do 31 de dezembro para primeiro de janeiro, mas não acho que seja. Porque algum obsessivo disse que era preciso, temos um calendário, e por isso, temos relógio, somos escravos tanto de um, como de outro.

O mesmo maluco que disse que se não desvirar o sapato, a mãe morre, deve ser o inventor também de algumas das muitas simpatias de fim de ano, desde as doze uvas, sem esquecer de um pedido para cada mês, como das sete ondas (por que sete?), ou sei lá mais o quê. Algum palhaço ainda inventou que pra fazer efeito mesmo, é preciso subir em uma cadeira. Esse sujeito deve se divertir à nossa custa ainda hoje. O caso é que, por mais que saibamos que nada efetivamente muda do último dia de dezembro para o primeiro dia de janeiro, fazemos essas palhaçadas. No dia dois, ninguém mais espera nada, e nem se lembra dos doze pedidos feito às uvas ou às romãs. Percebam como eu conheço várias simpatias de fim ano...

Mas ainda assim, alguma coisa no dia 31, deve ser o clima festivo, a mesa de frutas, as pessoas com suas lingeries novas, não sei, alguma coisa nesses rituais faz com que eu me sinta um tantinho mais esperançosa, como histérica típica, ou então, menos culpada, coisa de obsessivo, vocês sabem como é...

Normalmente prometemos grandes mudanças, fazemos os votos de mudar de vida, de cabelo, de amor. Se ainda não encontramos o grande amor, é isso que queremos. Se ainda não alcançamos o trabalho sonhado, é isso que desejamos. Se temos a profissão e o amor, não sei o que pedir. Saúde, prosperidade, paz na terra aos homens de boa vontade? Soa genérico.

Eu nunca ouvi falar que alguém tenha pedido (e eu sei que nunca pedi) o amor em minúscula. Ninguém pede por pequenos acontecimentos que em conexão conduzem para grandes viradas, que não precisam acontecer (e dificilmente acontecem) no dia primeiro de janeiro. Poucas pessoas prestam de fato atenção a eles. Eu sei que eu sou uma delas e até me acho boba em contar as minhas pequenas descobertas e estórias de um dia a dia em que sempre acontece alguma coisa nova.

Eu nunca deixo de pensar nas pequenas ocorrências que mudaram alguns cursos. Pelo contrário, sou apaixonada por elas, chego a ser enjoativa. Adoro contar, perceber, fazer as ligações. Se nem todas conduziram a grandes amores ou grandes amizades, outras tantas desembocaram em pequenas histórias que guardo com carinho, como uma criança guarda no chapéu as conchinhas que encontra na praia. Elas podem não ser tão engraçadas quanto os siris, tão bonitas quanto as estrelas do mar, e tão lindamente assustadoras quanto as ondas, mas no fim das contas, não são elas que podem produzir as pérolas?

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