a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Sobre feijão e arroz

Eu poderia dizer que uma das alegrias que 2012 me trouxe foi o fim do mestrado. Mas, dificilmente a gente fica feliz quando tem que se despedir de uma coisa que foi tão boa. Já fiz muita coisa nessa vida, mas até agora a que me deixou mais feliz foi essa. 

Deve ser por isso que eu não queria que acabasse e que eu queria  começar o doutorado logo. O problema foi que eu não passei na seleção e esse plano teve que ser adiado. Lembro que antes de me formar, eu dizia que até os trinta anos, eu queria ter passado por essas duas etapas. Acontece que eu tenho 28 e agora já sei que esse foi um dos planos que entrou na caixinha dos que foram modificados pelas circunstâncias. Tá ficando gorda essa minha caixinha.

Sei da parte que me cabe por eu não ter passado. Não me preparei o bastante, não li o bastante. É sempre difícil pesquisar e sempre muito difícil delimitar um problema. Por isso, já que esse plano ficou para 2014, para este ano resta e preparação. Resta estudar mais, muito mais. Estudar para ter tempo de pensar, pensar para ter o que escrever e poder sair por aí, dando a cara à tapa em outras seleções. Avançar.

Por essas e outras que esse ano vai ser um ano com (um pouco) menos de trabalho. A consequência é um pouco menos de dinheiro também. Sei que, por mais que a gente viva disso, a gente não pode viver para isso

Outro dia, ouvi o seguinte: "A gente pode comer feijão e arroz todo dia. Só não pode ter feijão e arroz na cabeça".

Sempre bom lembrar dos ensinamentos que a gente recebe no bar.

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  domingo, 20 de janeiro de 2013
Sobre as razões para ter um aspirador de pó

Tava aqui pensando como ano passado eu recomendei para todo mundo que gostasse duas coisas: ler "Uma Duas", da Eliane Brum, e comprar um aspirador de pó igual ao meu.

É verdade e eu admito que adoro eletrodomésticos. Admiro, e não só admiro como fico pensando o quanto eles tornam a vida mais fácil. Nem todos são assim. Alguns parecem que foram desenhados por pessoas que nunca na vida tiveram que cuidar de uma casa. A maioria dos aspiradores de pó são desse segundo tipo. O meu não. Ele não tem fio e é vertical. Ele aspira pó, cabelo e se transforma em um pequenininho que eu posso usar para limpar os armários. Tem gente que me pergunta se ele aspira água, mas não vejo necessidade. 

Mas embora pareça que eu esteja muito sem assunto já que resolvi falar sobre aspiradores de pó, digo apenas que se você não tem uma empregada tirando o pó da sua casa todos os dias, é uma verdadeira benção você não ter que usar uma vassoura (que implica em sujeira voando para todos os lados e uma pá para juntar os ciscos depois). Quando você tem um aspirador de pó como o meu, que resolve sua situação em minutos, sem problemas, sobra mais tempo para ler. Sobra tempo para ver filmes e para prestar atenção na conversa das crianças brincando embaixo da sua janela. 

Às vezes acontecem algumas coisas tristes. O final de 2012 foi daquele tipo que quase - eu disse quase - me fez esquecer todas as coisas boas que aconteceram antes. Poderia até citar umas três ou quatro, mas não é necessário. Quando a conta fecha, ela sempre fecha positiva e o saldo é generoso. Generoso o bastante para eu me sentir tranquila em um domingo à tarde, assistindo um filme bonito. Sozinha.

Mas a parte boa dessa solidão é que tem dias que ela não se faz toda. Ela resolve ser uma companhia. E gosto tanto destes dias em que decido que quero ficar em casa sem falar, sem sair, sem socializar. Não porque não gosto disso, eu gosto muito. Mas porque é bom também ficar quieta. Porque é ficando quieta que eu me descobri e descubro, e isso acontece desde criança.

Hoje eu assisti a um filme que uma amiga me indicou no fim do ano passado. E foi um filme bonito, desses tipo que emociona não porque é piegas, embora piegas não seja ruim, mas porque fala de uma coisa muito humana: fala sobre a sensação de infinito. E tudo que é humano está para além daquilo que é natural, porque a humanidade subverteu essa lógica e se desenvolveu em torno dessa subversão, por mais que haja quem insista na lógica natural para falar sobre assuntos humanos.

Fico feliz pelo fato de muita gente saber que, sobre essa lógica, estamos para além dela. São pessoas que reconhecem delicadezas e peculiaridades, que ensinam as belezas da gente. São essas pessoas que nos vêem e que, quando vêem mostram as coisas bacanas que a gente perde sobre si mesmo. 

Tem vezes que pareço dura, mas eu não sou. A vida não é fácil, não discuto isso. Mas é certo que a gente dificulta ela horrores. Construímos verdadeiras trincheiras e depois corremos para os bunkers imaginários como se resolvesse alguma coisa. Eu não tô dizendo que é fácil sair do bunker. Eu não tô dizendo que o que funciona para mim funciona para todo mundo. Eu só tô dizendo que a gente perde muito quando não se importa com nada além da gente.

Olha, eu sempre fui desse jeito. Desde criança eu me encantava com as pessoas e as histórias. Acho que por isso eu gostava tanto de ouvir conversa de adulto. Acho que também por isso ler se tornou a forma mais bonita que eu encontrei de me afastar dos barulhos do dia. Nada contra eles, mas às vezes, dê uma fugida, porque faz bem. Ouvir outros barulhos, os de dentro. Sair correndo sobre uma história que não conheço (incrível como tem gente que só gosta do familiar). 

Depois que aprendi a ler, aprendi a escrever. Mas não sabia que eu sabia escrever até que alguém me disse. E é incrível como a gente se forma e se constitui em torno disso que nos disseram sobre nós. Então eu fico pensando nessa professora querida que gostava tanto do que eu escrevia que lia para os outros. E eu sentia o que eu pensava que era vergonha e depois entendi que era orgulho. E eu queria que ela soubesse o quanto a admiração de mim por ela fazia com que admiração dela por mim fosse muito mais importante para eu continuar tentando.

Então, pela ordem, eu descobri enquanto eu crescia que eu gostava das histórias das pessoas, das pessoas propriamente, de ler e de escrever. E essas quatro coisas quando sobrepostas me transformaram nisso que eu sou hoje. Essa pessoa que recomenda aspiradores de pó e livros como peças indispensáveis nessa vida.

PS: E que lê por prazer nas férias.

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