a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Sobre o que eu quero de 2012

Tava aqui pensando sobre esse ano de 2011 e o sobre o que escrever nesses últimos dias dele. Ainda hoje vou viajar e pretendo ficar longe disso tudo que não é de verdade até a volta, no ano que vem. Lembrei hoje de uma história em que a Mônica foi se despedir do Cascão e ele ficou muito assustado quando ela disse: "Até o ano ano que vem." Desesperado, ele correu para o Cebolinha dizendo que eles precisavam fazer alguma coisa, porque a Mônica ia viajar e só voltava no ano que vem.

Outro dia, eu tava explicando ao meu sobrinho porque a piscina do clube não abriria. Eu disse a ele que era o dia em que os funcionários fariam uma confraternização. Falei isso tão no piloto automático que não percebi que uma criança de 4 anos não saberia o que é uma confraternização. Aí eu expliquei que era uma festa, um encontro entre as pessoas que trabalhavam ali e que servia para comemorar o fim do ano. Daí eu percebi que, pra ele, essa noção de ano novo e ano velho ainda é uma abstração muito complicada, porque foi bem difícil explicar que o ano tem meses, semanas e dias e que existe um calendário que define isso. 

Acho que uma parte importante da rotina da pré-escola é isso de, todos os dias, a professora escrever o dia, o mês, o ano e dia da semana. É porque se é tão difícil para a gente, que é crescido, abstrair que, de repente (e bota de repente nisso), muda o ano e a gente tem que começar a pensar em novos planos e objetivos, imagine para uma criança pequena! Isso não deve fazer o menor sentido. Com a minha sobrinha mais velha a gente tentava explicar a passagem do tempo com o número de 'dormidas' até o evento que ela tava esperando. Lembro que, com uns dois anos, a gente falou um dia que o aniversário dela estava chegando. Ela foi para a janela e ficou ali, parada, olhando para fora. Quando perguntamos o que ela fazia ali, a resposta era que esperava o aniversário chegar. 

A impressão que eu tenho no fim de ano é exatamente essa: um bando de adultos parados na janela esperando que alguma coisa saia da abstração e se concretize. Chega a ser engraçado o quanto a gente cresce mas continua sem crescer. Continua 'acreditante', se é que existe essa palavra, que o ano novo é alguma coisa que pode chegar e mudar vidas. Mas como ele não se solidifica, ao contrário, continua sendo uma abstração, as resoluções são difíceis de serem cumpridas.

Eu sou dessas que faz tudo que é mandinga de ano novo. Como quase todo mundo, nunca lembro dos pedidos que fiz. Por isso, esse ano, ainda que isso possa dar um azar danado (olha eu acreditando em olho gordo, mas pra quem faz mandinga, né...) vou deixar aqui registrados os únicos dois pedidos para 2012 (além de saúde, dinheiro e felicidade, que são de praxe) que eu consigo pensar num fim de ano que eu não tenho nada para reclamar:

1. Passar no doutorado (2012, posso ser um pouco exigente e pedir que seja, de preferência, no Rio?)
2. Encontrar um amor de verdade, correspondido, apaixonante, inquietador e sossegador de coração (tudo ao mesmo tempo, por favor).

Apesar de eu estar aqui fazendo de conta que eu estou pedindo pra 2012, sei muito bem que para quem eu realmente peço é para aquela versão de mim que espera na janela o ano novo chegar. Essa parte que tem esperança e que acredita em coisas mágicas.

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  sábado, 24 de dezembro de 2011
Sobre natal, amor e significados

Já disse no último post que Papai Noel não me deve nada e que, quem sabe, seja eu a devedora. Lembro de ter terminado 2010 com a mesma sensação com que termino 2011: aquela de ter muito agradecer e pouco a desejar. Que isso é sempre bom, acho que todos concordam.

Mas há uns dias, eu vi que alguém postou no Facebook uma tirinha em que Charlie Brown falava sobre o verdadeiro significado do natal e acho que era o Lino que falava para ele que essa é uma data emprestada do antigo calendário pagão, anterior ao monoteísmo. Não sei se a pessoa que postou queria invalidar o significado do natal que a gente atribui ao nascimento de Cristo, e não quero questionar isso.

Só que todo mundo aqui foi criado em uma sociedade cristã. Você pode ser ateu, agnóstico, muçulmano ou judeu. Nossa sociedade é cristã. Logo, estamos impregnados por um significado que a gente aprende muito cedo. Não me considero autorizada em falar sobre esse significado e prefiro não falar besteira. Eu também não pretendo falar sobre a questão comercial do natal. Eu gosto de ganhar presentes no natal, gosto de dar presentes no natal. Gosto da decoração, das luzinhas, gosto de tudo isso. Gosto da parte comercial do natal.

Mas esses dias, sem muito assunto para postar aqui, pensei que, nesse ano, escrevi muito sobre coisas que acontecem e que me deixam triste. Essas coisas se relacionam a um tema só: o fato de um ser humano acreditar que outro ser humano só é igual, e por isso bom, se for igual a mim, se pensar como eu, se professar a fé da mesma maneira que eu julgo adequada, se relaciona-se afetivamente do meu jeito, se tem planos de vida que se enquadram em determinado padrão, enfim, eu poderia passar dias escrevendo sobre as coisas que eu percebo que muita gente gostaria de fazer com seus 'irmãos': torná-los iguais. 

Sempre me questiono no porquê disso de se pensar que o fato de eu acreditar em determinada coisa, que o fato de eu agir de determinada maneira, faz disso a coisa verdadeira e a maneira certa. Claro que essa é uma questão que a gente só começa a se fazer quando se permite conviver com a diferença. Quando sai de de uma redoma destrutiva e percebe a riqueza da diferença das cores, das pessoas, do mundo. Não é todo mundo que se permite isso, e aí eu acho que essas pessoas, elas deixam de lado muito do significado do natal. Natal é nascimento, não é? Tô equivocada? E por que as pessoas não renascem na convivência com os outros? Por que elas continuam enxergando uma verdade única, uma maneira única de ser e existir? 

Durante todo o ano, muitas foram as notícias de pessoas espancadas. Torcedores, homossexuais, mulheres, crianças, cachorros. Fazendo um balanço, a gente percebe que é mesmo muito difícil amar-nos uns aos outros como se fosse a nós mesmos. Talvez o problema seja justamente esse. Essa frase me soa meio mal. Talvez funcionaria melhor se a gente amasse uns aos outros como se eles fossem eles mesmos. Ou talvez a gente poderia entender que amar um ser humano é amá-lo porque ele é um representante do que nos faz continuar existindo na Terra. Não porque eu gosto dele, mas porque ele merece.

E se alguém me disser que nem todos fazem por merecer, e se esse alguém se diz cristão, olha, eu que não sigo religião alguma, tenho mais compaixão que isso. Compaixão pela existência de uma subjetividade. Pela existência de uma diferença que só parece maléfica porque a gente insiste em um ideal de bondade. Existem pessoas que fazem mal às outras pessoas no mundo. Existem sim. Me apavoro com isso. Mas me apavoro muito com o tamanho do ódio, da raiva e com o sentimento de retaliação que eu vejo nas 'pessoas de bem'.

Nesse natal e durante todo o ano, quero pensar nos meus preconceitos e nas coisas que eu ainda faço que separam as pessoas em boas e ruins. E quero tentar desconstruir isso pouco a pouco. É meu desejo, então, para o ano que vem e para todos os outros. Feliz nascimento! Feliz renascimento! 

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  terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Sobre agradecer


Chega fim de ano e é sempre essa urgência não sei de quê. As lojas cheias e as ruas em que é impossível estacionar têm menos a ver com a vontade de presentear e mais com a necessidade de obedecer a um ritual que hoje me incomoda um pouco. Para mim, sempre é difícil me despedir. De qualquer coisa. Inclusive de um ano. A festa de ano novo é sempre triste e me soa mais de despedida que de boas vindas. Por isso sempre, sempre, dá vontade de chorar.

Sempre que posso me esquivo das despedidas. Deve ser por isso que, para mim, o tempo passa rápido demais e eu sempre tenho a sensação de inacabamento. É como se eu não conseguisse cumprir os ciclos, pegar esses rituais que são importantes e fazer com que eles cumpram sua função. É, eu fujo, fujo mesmo. Não, não me orgulho disso.

Se eu tenho um plano para 2012 é esse de levar as coisas com começo, meio e fim. E não é que eu tenha o hábito de não terminar as coisas. Sempre termino. Mas dificilmente me despeço delas, porque dá uma coisa ruim dizer adeus. Acontece que 2010 me ensinou uma coisa que 2011 continuou repetindo, como aquela professora que bate com a régua no quadro em cima do conteúdo mais importante: se despedir é importante, finalizar é imprescindível para as coisas que passaram nos darem a sensação de terem sido nossas. 

Quando alguma coisa, ou alguém, subitamente desaparece, então esquece. Não fez parte da sua vida. Você pode até ter desejado, mas não teve a força suficiente pra vingar, fincar raízes, ficar. Ou seja, já era. Muita coisa aconteceu nesse ano, boa, ruim. Chorei bastante, trabalhei muito, continuei viajando. Fiz diferente do que achei que ia fazer. Mas terminei tudo. De verdade, a lista tá zerada. E eu só tenho mesmo a agradecer. 

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