a dona desse blog
é de uma teimosia absurda. além de ser psicóloga, é leitora, aspirante à escritora, filha, irmã, tia e amiga, é indecisa por natureza, não sabe fazer planos e deixa sua vida ser dominada por uma ansiedade que ela sempre achou que disfarçava bem. acha que todo dia é ideal pra questionar se suas ações estão certas, se está sendo justa consigo, se faz o que gosta (e por enquanto faz). é uma dessas pessoas que gosta da solidão da própria companhia mas não dispensa uma cervejinha com aquelas pessoas que sabem conversar, de preferência em um boteco bem boteco, porque estes servem as mais geladas.

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  quinta-feira, 30 de julho de 2009
Sobre pedir desculpas

No começo do mês eu li "Budapeste", romance de Chico Buarque que conta a história de um ghost writer que, abruptamente, decide de mudar de vida, de cidade e de país: torna-se um zelador em Budapeste, na Hungria.

A história é envolvente, o texto com uma desconexão que nos faz sentir ler pensamentos caóticos, assim como eles vêem à mente pela primeira vez. Restam dúvidas e talvez a ideia seja justamente questionar se nossas vidas, levadas tão à sério, são realmente verdadeiras, ou se vivemos personagens de quem sequer gostamos muito. Angustiante. Isso sem falar no desespero de mudar para um país em que o idioma é o húngaro.

A questão linguistica está muito presente no livro todo. Uma das que mais me chamou a atenção, eu não sei se procede mesmo, ou se foi o Chico Buarque que inventou, diz respeito à palavra usada para pedir desculpas. A palavra "desculpa" não existe em húngaro, e nas situações em que pedir desculpas é necessário, o termo utilizado teria uma tradução parecida com "castigue-me eternamente".

Se isso é verdade, não faz diferença, porque essa forma de encarar a palavra me fez parar para pensar nas pessoas que abusam dos pedidos de desculpas e nas que castigam eternamente àqueles que por alguma razão as ofenderam. Minha mãe diz que "desculpa" é a pior palavra que inventaram, e é adepta do "castigue-me eternamente". Muitas vezes eu também sou e tento me policiar nesse sentido.

Reconheço que pedir desculpas não elimina o ato em si, nem a importância dele, e por isso não deveria ser usado de forma indiscriminada. Mas reconheço também que, ao castigar eternamente alguém, nos tornamos prisioneiros desse ódio. E bem isso não deve fazer...

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  segunda-feira, 27 de julho de 2009
Sobre o fim de uma era

O Marega era aquele tipo de restaurante que eu tinha medo de entrar. Ficava em um prédio já bem antigo e com aparência não muito boa. As mesas eram cobertas por uma toalha de plástico, dessas que a gordura impregna. Os vidros de vinagre, azeite e sal também pareciam ter sido atingidos por uma camada irremovível de óleo, como se há anos estivessem ali, sem serem incomodados.

Um dia, a Bianca chegou em casa e disse que alguém falou que a comida era ótima. Ela almoçou lá e confirmou: a comida era muito boa! E foi aí que passamos a frequentar o lugar, praticamente todos os dias.

O feijão tinha um caldo grosso, servido em uma cumbuquinha de barro, junto com uma conchinha pequena, com o cabinho torto, a "concha da vó do Fabiano". O arroz era quentinho e solto, a batata frita, embebida em gordura, uma delícia, como também eram o bolinho de arroz, a farofa a e a polenta.

Agora a estrela do almoço, insubstituível, que eu nunca consegui encontrar um que chegasse a altura, era o bife acebolado. Servido em um prato cheio, com muitas e muitas rodelinhas de cebola, todas moreninhas e saborosas, provavelmente por causa da frigideira usada há anos para o mesmo fim.

Nós costumávamos imaginar que aquela comida, para ser tão boa como era, só poderia ser feita a base de muita banha. Fantasiávamos que a cozinheira era uma tiazona bem generosa e sorridente, provavelmente esposa do seu Marega, e tão simpática quanto ele.

Eu uso o plural porque era impossível comer sozinho no Marega. Nós costumávamos ir em bando. As pessoas que não conheciam achavam engraçado e ficavam curiosas pra experimentar aquela comidinha caseira, saborosa, e cheirosa, e quando experimentavam, reconheciam o quanto era boa. Mas talvez, o que nos atraía no Marega não era tanto a comida. Era mais a possibilidade que a gente tinha em, longe de casa, poder comer algo feito com um afeto que dava pra sentir em cada coisinha daquele lugar. Era o lugar em que conversávamos sobre tudo, por muito tempo até depois do almoço, em que um era a família do outro.

Nessa minha visita à Maringá, soube que o Marega mudou de lugar. Encontramos o novo restaurante, lugar amplo, claro, extremamente limpo. As mesas bambas de mandeira foram substituídas por mesas tubulares brancas com granito por cima. As cumbucas de barro e conchas da tortas da vó, foram deixadas de lado para uma bancada self-service. O bife acebolado é frito na chapa na hora, e a cozinha não tem uma cozinheira, mas várias uniformizadas, com toucas e aventais brancos. Agora, até cartão de débito e crédito o Marega aceita.

Eu não gosto de parecer aqueles tiozões saudosistas, mas realmente fiquei triste. Parece que a Maringá que eu vivi durante 5 anos realmente não existe mais. Nem os fregueses do Marega são os mesmos, nem eu sou a mesma. Por sorte, na memória e no coração, o Marega, e tudo o que está relacionado a ele, não podem sair nunca. O que eu senti hoje na hora do almoço, é o que eu posso chamar de o fim de uma era. É o que eu chamo de saudade.

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  segunda-feira, 20 de julho de 2009
Sobre ser querido

Eu acho a palavra querido/querida tão bonita. Quando dita sem falsidade e ironia, é uma das palavras que eu mais gosto de ouvir. É verdade que não a uso com muita frequência, mas quando uso, quer dizer exatamente isso: alguém que quero bem, que me é caro, que tem um valor importante.

Em francês esse sentido de "caro" fica mais claro, porque chéri é querido e cher é caro. O que é caro senão algo com um valor importante? Não monetário, mas emocional, grande o suficiente para doer fundo se algum incidente acontece e espaços se abrem. Como eu odeio isso.

Hoje é dia do amigo e eu recebi algumas mensagens. Muitas delas eu venho recebendo há mais tempo do que gosto de admitir, hahaha, e isso me reconforta, por ter as pessoas na minha vida há tempo o suficiente pra, mesmo tendo mudado o rumo tantas vezes, ainda poder contar com elas.

É tão bom poder mandar um e-mail contando como você tá aflito, como o dia foi foda, e como tudo o que você queria era que um buraco abrisse no chão pra você se esconder. E melhor ainda é receber a resposta certa, aquela de um querido que fala "você sabe que pode contar comigo sempre". Sei, tanto sei como continuo contando.

A cada dia amo mais essas pessoas queridas, meus amores que conseguem fazer com que eu me sinta melhor sem passar a mão na minha cabeça, mas que se fazem presentes, que riem das minhas neuroses, das minhas bobagens, manias de velha e do meu jeito implicante. Que me mostram que tudo isso faz parte de mim, e que eu não preciso achar ruim, mas ao contrário, rir desse meu modo torto e continuar fazendo o melhor que posso.

E rir de si mesmo e de quem é querido, sem maldade, é importante, porque senão, já diria Rodrigo (hahaha), o que resta é chorar. E eu continuo rindo!

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  sábado, 18 de julho de 2009
Sobre não perder o costume

Como não poderia deixar de ser, eu fui à pré-estreia de Harry Potter. Desde o terceiro filme eu vou às prés-estreias, isso porque eu só fui conhecer os livros e os filmem quando lançaram "A câmara secreta".

Dessa vez, não cheguei três horas antes como costumava fazer, para a infelicidade das meninas que sempre me acompanhavam nesse programa de índio que é esperar em fila de cinema. A parte boa é que aqui em Guarapuava foi mais tranquilo, as pessoas aqui acham que chegar cedo ao cinema, é chegar meia hora antes, então, sossegado. O máximo de Hogwarts que eu vi na fila do cinema foram cachecóis da Grifinória e algumas camisetas.

Sobre o filme, eu achei ótimo. É claro que quando a gente lê sempre tem aquela parte que fica esperando ver no filme, pra ver se a tua imaginação chegou bem longe. A "Orden da Fênix" foi o que mais alcançou as minhas expectativas nesse sentido. "O enigma do príncipe" é um livro introdutório para explicar tudo o que acontece no sétimo e último da série, por isso, apesar de eu ter ouvido algumas críticas a esse respeito, não acontecem muitas coisas durante todo o filme, com exceção do fim.

Agora a ansiedade retorna para esperar pelo próximo, que será dividido em dois filmes, e é bom que seja mesmo, porque o último livro merece ser muito bem retratado.


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  segunda-feira, 13 de julho de 2009
Sobre férias

Essa utopia da qual as pessoas falam. É engraçado como eu não havia percebido que quando a gente sai da escola e começa a trabalhar, precisa de um ano inteiro antes de ter um mísero mês de férias. Um mês, tão pequeno, que passa tão rápido para compensar um ano de trabalho árduo. Agora, agora sim eu entendo o que é a mais-valia que me falaram tanto no primeiro ano. Eu quero a minha mais-valia, eu quero! Marx me entende...

A sorte é que, além de uma operária comum, que bate ponto quando entra e quando sai, eu sou também professora. E os professores costumam trabalhar menos quando os alunos estão de férias. E o melhor: a gente recebe enquanto não trabalha, olha só que bacana! O problema é que eu tenho responsabilidades na faculdade que não me permitem folgar em julho, mas isso não é uma reclamação, porque como bem a minha irmã me lembrou hoje, eu mesma me dei uma semana de folga no fim de junho. E como eu precisava. Dormir era tudo o que eu precisava.

Voltando pra casa (e pro trabalho), só pepinos e abacaxis fazendo parte do cardápio. Na última semana, em que eu fiz tantas coisas que nem parece que foi só uma, eu tive crises de insônia, ansiedade, irritação e mau humor. Vou me dar um desconto porque era semana de TPM, mas mesmo assim, preciso aprender a lidar com a quantidade de responsabilidade que eu tenho.

Hoje saiu um peso enorme de cima de mim porque eu consegui (finalmente) elaborar o plano de ensino de uma disciplina nova. Mas ao mesmo tempo, o peso voltou quando eu tratei mal o João que me ajudou a fazer duas coisas que me tomariam um tempo enorme que eu não tinha. Pedi desculpas, desculpas aceitas. Agora é hora de ir dormir e relaxar, porque já é segunda feira!

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